sexta-feira, 22 de junho de 2007

Dio, Mano Cornuto e Heavy Metal


Ronnie James Dio é um headbanger, ou seja, literalmente, um cara que balança a cabeça. Na gíria, headbanger significa uma pessoas que gosta de Heavy Metal, um tipo de rock que surgiu na década de 1980 baseado em bandas como Led Zepellin e Black Sabbath, banda da qual Dio foi vocalista depois que Ozzy Ousborne largou para seguir sua carreira solo.

Além de headbanger, e de ser um dos principais vocalistas do metal, Dio foi o responsável por popularizar seu símbolo mais característico: o gesto de dois chifres, formado quando se levanta o dedo indicador e o dedo mindinho. Para muitos (fãs, inclusive), é o símbolo do demônio.

Mas segundo depoimento do vocalista no documentário "Metal: A Headbanger Journey" (literalmente, "Metal: A Jornada de um Headbanger"), ele aprendeu esse símbolo com suas avós italianas. "Elas usavam o tempo todo para afastar o mallocchio (olho gordo), ou para mandá-lo de volta", explica.

Esse símbolo é, na verdade, o Mano Cornuto, ou Mani Cornuti. Ele realmente representa chifres, mas não o do demônio. Os chifres são símbolos ancestrais de virilidade e de conexão com a Natureza, usados ao longo dos anos e para representar Baco, Pã, Fauno, o Deus Cornífero dos wiccanos e outros Deuses relacionados à vida selvagem ao instinto animal.

Ele também serviria para "espetar" o olho mal, fazendo com que perdesse sua força. É mais ou menos a mesma coisa da figa para os brasileiros.

Dio admite que não inventou o símbolo, mas acha que o aperfeiçoou. Como os fãs gostaram, foi adotado e hoje, em qualquer showzinho de banda de garagem, tem sempre um cara fazendo o Mano Cornuto.

Mais sobre o Dio na Wikipedia.
Mais sobre o Mano Cornuto na Alt Religion (em inglês).
Site oficial do documentário Metal: A Headbanger Journey

quinta-feira, 21 de junho de 2007

Inverno

Com a imagem de que inverno traz neve, Papai Noel e muito frio, estamos comemorando hoje a noite mais longa do ano. Na verdade, para os paulistas, o inverno não significa neve; ele significa escuridão, pois demora mais para amanhecer e também significa falta de chuva. - o que tem várias implicações em termos de saúde, pois a poluição aumenta muito. E, em parte, matamos parte do glamour do invernos assim.

Portanto, trata-se de um momento de chazinhos, tanto para inalações como para manter nossos corpos mais confortáveis.

Aqui na minha casa, o chá de buchinha com eucalípto sempre foi um santo remédio para os narizes constipados. Já o erva cidreira, um consolo para um estômago gelado.

Por alguns meses, vamos ficar aqui, pedindo por chuva, pois é São Paulo. Por alguns meses tb, corremos o risco de passar por todas as estações do ano em um dia só - se bem que eu acho que isso vale para todas as estações, hehe

Assim, penso que nosso país tenha uma riqueza que poucos outros tenham, pois herdamos uma tradição que não exatamente "bate" com o nosso clima - aqui, inverno não tem neve e não é em dezembro - porém, fazemos nossas mudanças e adaptações e temos festas singulares, nas quais reconhecemos nossos ancestrais e vemos as nossas necessidas, pois Festa Junina também pode ser uma comemoração de colheitas e de guardar para o Inverno.

Sabiam que os ucranianos pulam fogueira em seu festival de verão que acontece agora? Parece familiar de alguma forma? =)

Um excelente solstício para todos!!

domingo, 17 de junho de 2007

Comidas e Deuses


Eu sei que em um posting anterior falamos sobre comidas e como a cozinha é o grande laboratório que temos e que nele, transformamos pedaços em amor, em carinho ou em uma tremenda dor-de-barriga.

Quando fazemos comida estamos partilhando uma parte de nós... Assim, quando fazemos comidas para oferecer aos Deuses, é um rito de doação e de mistura: da sua essência com a Divina. É um momento de nos tornamos um com quem amamos... com os Deuses do Céu, da Terra, da Lua, do Sol... do Universo...

Algumas experiências interessantes que tivemos:

- Maçã do amor e Paella para Afrodite.
- Carne vermelha com molho de mel para Zeus.
- Salmão defumado e milho cozido para Apollo.
- Bolo de mel para a Deusa Serpente.
- Aveia, mel e figos para Pã.
- Pão para Diana.

E, no fim, o banquete a todos serve. Aos Deuses, que são homenageados pelos nossos movimentos e nós mesmos que temos a chance de banquetear com aqueles que vieram antes de nós.

Outras experiências com Deuses e comida?

Nos deixe saber!!

Imagem: www.corbis.com

Autonomia e Heteronomia Espiritual

Olá pessoas!

Atualizei meu texto no Tribos de Gaia.

Escrevi um pouco sobre o amadurecimento de nossa autonomia espiritual e como vamos nos tornando mais seguros em nossas práticas.

Confiram!!

http://www.tribosdegaia.com.br/htm/artigos/pietra19.htm

quarta-feira, 13 de junho de 2007

Aos Iniciantes


Sou uma iniciante. Não tenho nenhum tipo de iniciação, não sou descendente de bruxas poderosas e não tenho grimórios que pertenceram a minha família. O máximo que possuo é uma mãe que me ensina o que sabe, alguns livros, uma biblioteca de universidade à minha disposição e curiosidade. E foi este último fator que me abriu as portas para a vivência e o estudo da Bruxaria.

Todos temos que começar de algum lugar. Iniciar a jornada, muitas vezes, é difícil. Sentimos medo, pois tudo o que nos é desconhecido causa medo – principalmente quando não há, a princípio, um mestre que possa nos orientar. Mas para que as portas do caminho permaneçam abertas, é preciso dar um primeiro passo. E este primeiro passo não vem com o estudo, mas sim com a prática do que foi aprendido na teoria.

Quanto mais a Bruxaria se populariza por meio da venda de revistas e livros sobre sua vertente mais conhecida, a Wicca, cada vez mais gente entra no caminho e não dá os primeiros passos. Vão rastejando até a próxima pedra onde se apoiar. Tenho contato com muitas pessoas que estudam a Arte há quatro ou cinco anos, mas que nunca acendeu uma vela ou celebrou uma passagem de estação.

Não adianta estudar, ler e ficar atrás de gente que sabe mais sem colocar em prática o que aprendeu. De que adianta a teoria, sem as sensações e a experiência que apenas a prática traz?
Mas antes de sair por aí tentando transformar água em vinho, é preciso ter em mente que a segurança e a estabilidade energética que permitem o sucesso de um trabalho mágico vem com o tempo. Por isso, é errado começar a praticar logo com feitiços ou ritos sazonais complicados.

É mais seguro e certo começar com elementos simples. O relaxamento e a meditação são dois itens essenciais para acalmar os pensamentos e desenvolver a concentração, fatores essenciais não só para o êxito de um rito, mas também para enfrentar um dia-a-dia cansativo.

Acender uma vela e um incenso em honra aos deuses, de forma simples e singela, também é uma boa forma de começar a lidar com energias muitas vezes desconhecidas ao iniciante. Oferecer aos deuses e espíritos da natureza água e frutas também é uma forma de, gradualmente, criar intimidade com as forças mágicas que permeiam toda a natureza.

Despertar esse tipo de força muitas vezes pode ser perigoso, e é por isso que os feitiços devem ser o último passo para o iniciante na prática de magia. Antes disso, é bom comemorar alguns ritos sazonais, mas de forma bem simples. Com flores, oferendas, uma pequena fogueira. Um rito sazonal para a conexão com a Terra só surte efeito quando a pessoa está com a mente clara, aberta a novas experiências e sem preocupações.

Muitos são atraídos para a Bruxaria por causa dos feitiços, mas eles são o menos importante de tudo. Qualquer sistema mágico é um caminho de harmonia interior e auto-conhecimento - acima de qualquer outra coisa. A capacidade de manipular as forças da natureza é algo secundário dentro deste caminho. E imprescindível harmonizar-se com elas e entender seus ciclos, mas moldar a natureza deve ser deixado para um estágio mais avançado do treinamento.

A Natureza é imprevisível. A verdadeira Arte da Bruxa não é controlar a vontade dos Deuses, mas entender o que Eles sentem e querem de nós.


Texto produzido em 2005 para o extinto Projeto Stregare.

Fica registrado aqui para que não se perca nas brumas da Internet.
Imagen do site www.mythinglinks.org

terça-feira, 5 de junho de 2007

Conexão e complementos

Quando Prosérpina escorregou nas mãos dele, senti a confirmação do que já sabia. Dias antes, Hécate veio a mim. A Sacerdotisa e a Lua. Arcanos diferentes, porém da mesma natureza. Por que estamos sendo regidos pela mesma energia? Porque estamos conectados.

A Lua e a Sacerdotisa são complementos uma da outra. Uma é o Mistério; a outra, a Guardiã do Mistério. Uma, é a Bruxa que guarda os caminhos; a outra, A que transita entre os Mundos. A Lua esconde-se atrás do trono da Sacerdotisa, ao mesmo tempo que se revela na marca em sua testa e no crescente sob seus pés. Na mitologia, Hécate ajuda Ceres a encontrar Prosérpina. É a que guia o caminho da Sacerdotisa, como a Lua Cheia guia o caminho no escuro.

A Sacerdotisa guarda a Lua, a protege. Permite que seus segredos permaneçam ocultos e protegidos do mal uso. A Lua, por sua vez, sustenta o poder da Sacertodisa. A Lua é o instinto primitivo. A Sacertodisa, o cérebro humano que controla a natureza e põe ordem no caos. Ambas complementares. Ambas, unidas.

O que diz muito sobre nós dois. Quando deixo o instinto falar mais alto, ele coloca sua recionalidade e segura a tempestada que poderia surgir. Quando ele ameaça cair, eu faço o que posso para sustentar. E ao mesmo tempo que a ordem e o caos estão sempre em conflito, que oa natureza e a razão lutam para ter um equilíbrio, vivemos em harmonia. Em conexão. Como a Sacerdotisa se conecta com a Lua à cada ciclo, estamos, em todos os ciclos de nossas vidas, conectados. E unidos.
As imagens são os arcanos do Tarot Mitológico. Acima, o arcano II, a Sacerdotisa, representado por Prosérpina, que rege o mês do meu namorado, Gustavo. Abaixo, o arcano XVIII, a Lua, representado por Hécate, que rege o meu mês.

segunda-feira, 4 de junho de 2007

Das irmãs


Embora sejamos essencialmente praticantes solitárias, as blogueiras gostam de se juntar para algumas práticas.

Achamos que a Lua em Sagitário seria um bom momento. Fizemos o ritual, nós três e os Deuses.

Procuramos pelos nossos Deuses, pelos nossos pais. Foi um momento recompensador... me fez pensar em algumas coisas...

De como faz falta ter pessoas para dividir alguns momentos.
De como temos certeza do que estamos fazendo.
De como podemos nos levar a outros lugares.
De como Loreena está se tornando uma espécie de oração.
De como não deixaremos os Caminhos Antigos se perderem.

"Home to you..."