terça-feira, 31 de maio de 2011

Eclipse de 1o. de junho

Fico pensando o que os nossos ancestrais pensavam dessa coisa de "noite no meio do dia". Devia ser bem assustador mesmo.
 
O eclipse solar que, infelizmente, não será visível no Brasil, é um momento de encontro, de Sol e de Lua. Uma oposição... uma sobreposição estelar de forças opostas complementares. É a Luz e a Sombra... é o fazer da sombra ante a luz.
 
Eu me lembro, há muitos anos atrás, pelo menos uns 15 anos atrás, de ver esse fenômeno ao vivo e em cores. E me lembro que as cores eram diferentes, bem estranhas para falar a verdade. Era uma época que eu tinha começado a pensar em bruxaria e nessas relações, mas, de tudo no mundo, eu sabia que, se pudesse - e matei aula pra isso, deveria ficar ali embaixo curtindo aquele dia sombroso. Foram alguns poucos momentos, mas eu juro, tudo ficou cinza. Mas não era como a noite... era como estar dentro de uma sombra, dessas que a gente projeta no chão caminhando, ao entardecer.
 
Eu não sei precisar bem que vantagem eu tive quando fiz isso... talvez a única que seja tenha sido essa memória mágica de um dia sombroso. E me lembro de não ter medo nenhum, mas um sentimento imenso de atração. E de querer estar ali. Quero muito poder ver mais um eclipse solar como aquele para ter certeza que minha mente não está me enganando.
 
E talvez, por conta dessa memória tão sombrosa, eu não tenho um sentimento de que o eclipse traga algo necessariamente agourento ou difícil. Acho que o que ele representa em si é um tanto difícil de lidar. O tal lance sombroso.
 
Sombra é, para Jung, um lado da nossa personalidade que fica guardado pela nosso dificuldade, senão repulsa, de lidar com ela. A boa sombra, como ela também existe, por outro lado, são virtudes que temos que talvez achemos que não as merecemos ou que não estão num grau de reconhecimento. O fato é que enxergamos essas sombras em outras pessoas... o que se chama projeção. E penso que, o eclipse de 1o. de junho seja exatamente isso: uma versão física e real de ver as sombras se projetando.
 
Bom, sol e lua falam muito a quem tem uma espiritualidade voltada para a Natureza, como é o caso da Bruxaria Italiana. Sol que ilumina, aquece, faz as plantas crescerem e os frutos madurarem. Lua que regula marés, sentimentos e traz os sonhos... nos esconde em sombras ou mostra o caminho na noite. O que fazemos quando o Sol brilhante se encontra com a Lua e ambos se mostram, criando uma mistura que é sombrosa? Ou seja, nem é totalmente escura nem totalmente clara?
 
É o ideal da mistura... é o estado de equilibrio onde os véus do inconsciente e do consciente se encontram para um chá. É o colocar mais claridade naquilo que pode nos parecer mágico demais ou misterioso demais. É abrandar os laços de uma realidade dada e poder compreender com sentimentos e emoções o que passamos, sentimos e, principalmente, somos.
 
Claro que o dia se tornar sombroso deveria ser muito assustador. Claro que olhar a sombra, viver com ela não é simples. Mas não é uma coisa de tempo todo... mas quando o é, nos toma.
 
Pietra

domingo, 29 de maio de 2011

Ancestrais 2

Com o desafio Vivendo a Ancestralidade em mente, pensei em escrever um tanto sobre ancestrais e ancestralidade, porque o assunto é longo, complexo e fascinante.

Em 2007, a Sarah Filhote de Lua já fez um escrito... e falava como muitos tendem a idealizar seus ancestrais e acabam por deixar de lado coisas deles que estão, intrinsecamente, dentro de si... Também fizemos outros vários textos falando de sentimentos, experiências e até palestras... 

Ancestralidade é um veio de tradições, práticas e significados que corre um espaço e tempo e que deixa determinadas marcas em um grupo. Falamos aqui de pessoas e lugares. Literalmente. É a ancestralidade que permite que hábitos, crenças e manifestações não morram, não se percam.

Houve um tempo no qual as culturas e povos se estabeleceram e os grupos humanos começaram a perceber suas diferenças, características próprias, necessidades. Língua, como sua terra se comporta... e como o grupo que ali vive lida com isso.

Ancestralidade se firma ali, em tempos remotos e vem junto com as gerações. Claro que coisas passam, se modernizam, outras morrem ou se transformam. Porém é a ancestralidade e seu sentimento que faz com o que o Brasil seja Brasil em seus milhões de manifestações de vários "Brasis". E o mesmo se faz Itália ser Itália entre as mts Itálias... e assim vamos para todos os povos. Nativos, colonos, ex-escravos... todos temos algo, um sentimento, um verdadeiro espírito para nos reportarmos.

Esse espírito, porém não é único e acabado. Ele tem algumas nuances. E todas elas tocam e dão os detalhes da nossa prática espiritual e da nossa constituição como pessoas. E aqui, geralmente eu penso que tudo é uma coisa só: a espiritualidade de uma pessoa é a sua forma de ser e de viver.

Ancestrais de sangue: são a nossa primeira parte, pois somos carne e sangue de alguém... que também o é de alguém e assim vamos, desde que o mundo é mundo. Geralmente é desses que herdamos nossos traços físicos, hábitos, crenças... porque é na família que temos o nosso primeiro centro de convivência com outras pessoas. E cada família é um universo, tem seus valores, princípios e fazeres. Embora seja a nossa base, nem sempre é daqui que vem a herança espiritual. Pode ser, mas, em alguns casos, algumas pessoas resolvem não seguir a espiritualidade dos pais. Mas, ainda e de tudo, muitas formas de fazer coisas residem aqui.

Ancestrais da terra: sob o grande corpo de Gaia, muitos grupos humanos viveram e vivem. Alguns até perdidos no tempo, quem nem vamos saber seus nomes, suas línguas, seus hábitos. Outros porém, são marcas muito importantes. Tanto que conseguimos falar de distinções entre brasileiros e argentinos... de italianos e irlandeses... e por mais engraçado que seja, conseguimos, observando e vivendo juntos, ver muitas semelhanças. Os ancestrais da terra são todos aqueles que vivem ou viveram onde estamos, onde nascemos ou onde moramos. Quando a Sarah fala sobre os espíritos do local, é uma parte do que estamos falando, pois quem viveu aqui antes de nós tem um conhecimento mais amplo da terra e de seus movimentos do que nós. Seja aqui no Brasil, seja lá na Itália. Portanto, quando chegamos num novo lugar, pq não conhecer seus espíritos e seus ancestrais e honrá-los? Porque certamente, farão, de alguma forma, parte da nossa experiência de vida. Tal qual aqueles que já convivemos.

Ancestrais de prática: são todos aqueles que andaram em nosso caminho de prática e espiritualidade antes de nós. Acredito que, quando algumas streghe fazem louvação a Aradia, por exemplo, tem esse sentimento e esse pensamento: de quem já foi bruxo antes de nós. 

Deuses Lares: deuses romanos que são a essência da casa e que guardam os espiritos dos Ancestrais. Com Vesta, fazem a casa estar protegida, cuidada e quente. São honrados com oferendas de alimentos, com fogo, incenso e flores. O Altar aos Lares, o Lararium era um ponto central numa casa romana. O fogo de Vesta não se apagava e mantinha o lar e seu sentimento de vida.

As pessoas são diamantes de muitas faces brilhantes. Talvez umas sejam maiores ou mais bem polidas que as outras, mas, decididamente, todas estão ali.

Então, no dia 1o. de junho, vamos nos contituir, observar e honrar todas essas faces desses espíritos que fazem de nós o que somos. Se aprendemos os nossos caminhos, eles vem de algum lugar; se fazemos uma cura, é pq ela tem de onde vir; quando fazemos nosso trabalho espiritual, não estamos sós... nem sem Deuses, nem sem ancestrais... nós, humanos e viventes e bruxos somos algo; algo entre nossos Deuses e nossos ancestrais.

Pietra

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Desafio: Vivenciando a Ancestralidade

Um desafio de lua a lua.
 
Por algum motivo, ando muito inspirada pelos meus ancestrais. E, não tem jeito de não pensar o óbvio: se não fosse por eles, não estaríamos aqui. Claro que tem todo um lance de família ou de comunidade - de formação de visão de mundo e mesmo, de uma parte do nosso caratér, crenças etc.
 
Então, como compreender a nossa família, seus hábitos e o por quê muitas coisas se deram e se desenvolveram entre nós, quero lança um desafio... de atenção, percepção e reverência. Um trabalho para ser feito de uma lua a outra, igual, ou seja, 28 dias, começando na próxima lua nova, dia 1o. de junho. O desafio é, nesses 28 dias, conscientemente, reverenciar, honrar, vivenciar, experimentar e refletir sobre sua ancestralidade, seu modo de vida, o que os fez o que foram e o que você é.
 
Para ajudar no desafio, farei também alguns prompts que ajudam na reflexão.
 
O objetivo é, nesse tempo, melhorar nosso entendimento e o nosso contato com nossos ancestrais: de Terra, de sangue, de espiritualidade. E ajudar a construir em si um senso de continuidade. Mesmo que seus ancestrais não tivessem a mesma espiritualidade que você, a Terra que está sob nossos pés e a Lua sobre nossas cabeças têm muito a ensinar. A terra de onde sua família vem, mostra traços sobre você que talvez nem perceba. Muitos já fizeram os mesmos trabalhos espirituais que você e uma egrégora se constrói e se solidifica.
 
Conhecer, reverenciar e saber onde e como seguimos os caminhos dos antigos nos permite exercer uma espiritualidade e uma vida mais saudáveis, responsáveis e plenas.
 
Começamos dia 1o. de junho. Quem vem?
Pietra

terça-feira, 24 de maio de 2011

Deusa

Bendita! Bendita! Bendita!
Louvada, Venere!
Linda, Afrodite!
És de tudo, um grande Mar, vários passos de rosas... 

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Os espíritos da cidade

Eu ia escrever sobre isso no Depois da Dança, que o blog da minha prática religiosa. Mas por muitas razões, embora eu ache que ainda deva escrever lá sobre isso, acho que é um ponto interessante para explorar aqui.

A própria natureza da palavra neopagão faz com que as pessoas associem a bruxaria e os caminhos ligados ao politeísmo com o campo e a natureza. E eu percebo que muita gente acaba renegando a possibilidade de que a cidade tem sua própria magia.

Poucos dias atrás, estávamos em Paranapiacaba para a 8ª Convenção de Bruxas e Magos. Um lugar plural e múltiplo onde se encontra de tudo e que eu gosto muito de ir. Mais do que só as palestras, círculos e workshops, existe a vila. A vila pulsa com uma alma muito própria. A história de Paranapiacaba, sua insistência em não se deixar morrer, as paixões que a vila inspira, não me permitem esquecer que ela tem uma alma muito forte. Embora esteja no meio da serra, existe uma urbanidade intensa ali, uma pulsação da visão que se tinha de como deveria ser uma cidade.

Existe um conceito romano que é o Genius Loci. O espírito do lugar. Um deus local que está ligado a um lugar, protegendo e zelando por ele. Tanto para gregos como para romanos (assim como para muitas religiosidades orientais), todo lugar tem um espírito. E como lidamos com esse espírito?

No antigo culto romano, havia oferendas e espaço nos altares para os Genii. E no nosso ofício de bruxaria, se queremos estar em paz com o nosso lugar, é bom ter algum carinho para esses gênios. Pense bem: por mais que sua cidade não seja exatamente aquilo que você gostaria, ela tem uma identidade e te provê pelo menos um teto. Sua casa tem uma atmosfera própria e com o tempo, você consegue reconhecer um pouco da identidade dela.

Se ficarmos só pensando em como é boa a vida no campo (uma ideia que surgiu quando um imperador romano pagou um poeta para escrever sobre isso para que o êxodo rural diminuisse, aliás), muitas vezes acabamos desrespeitando o Genius Loci da nossa cidade, que está lá, fazendo das tripas coração para que essa coisa toda não desmorone. Diferentes dos Lare, que estão ligados às famílias e as pessoas, estes são espíritos ligados aos locais.

Conheça um pouco da história da sua cidade, do seu bairro. Observe a arquitetura, as praças ou parques. As estátuas que as vezes se escondem atropeladas pela urbanização. As vezes, muita coisa que pedimos para s deuses são pequenas coisas em que essas deidades locais poderiam ter uma presença muito mais marcante, por serem as vezes parte envolvida no assunto. Está precisando proteger a porta da sua casa? O Genius Loci dela com certeza está interessado que essa proteção dê certo, porque não convida-lo gentilmente a te ajudar?

Quando olhamos o lugar onde vivemos e trabalhamos como algo vivo, nosso ofício de bruxas ganha em intensidade.

imagem: Genius Loci, Charles Mills Gayley, The Classic Myths in English Literature and in Art (Boston: Ginn and Company, 1893)

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Uns pensamentos de strega

Hoje me caiu a ficha bem direitinho do que é uma pessoa que espalha a jettatura, o mal olhado, o encanto (ser malfazejo pelos olhos e pensamentos). Demorou, mas os Deuses mostraram - eita, Hermes!

Então, eu fico aqui pensando e aceito mts opiniões para pensar... Será que nos atraímos ao encantador ou ele que nos toma e a nossa percepção é o que nos desperta?

Com um galho de arruda, pimenta e sorveira,
Pietra

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Convite! IV Encontro do Sagrado Feminino

Vamos?

Domingo agora, dia 22 de maio, ofereço, no evento IV Encontro do Sagrado Feminino, o workshop: ESPIRITUALIDADE & AUTOCONHECIMENTO.
Uma atividade para conversar sobre o que é espiritualidade saudável e responsável, que nos ajuda a nos conhecer profundamente e, assim, chegar ao Divino.
O evento acontece sábado e domingo na Cirandda da Lua, na Vila Mariana - dias 21 e 22. Ainda teremos atividades com Monika von Koss, Tânia Gori, Lua Serena, Léo Artese, entre outros.
Informações, programação completa do evento e inscrições:

terça-feira, 10 de maio de 2011

Why Italians love to talk about food? Veneto e azeite

A região do Veneto é mais conhecida. É onde fica a linda e misteriosa cidade de Veneza... onde os Carnavais mais famosos da Itállia acontecem e onde se respira o Renascentismo.

Quando Elena, a autora do livro, começa a falar da região, sentimos um cheiro que é muito comum no Brasil na época de Semana Santa: o bacalhau, lá chamado baccalá.  Nota curiosa em relação ao cheiro é que, em épocas medievais, era proibido trocar a água do bacalhau mais de uma vez por dia dado o cheiro e uma vez que a água era jogada na rua.

Já em Veneza, a coisa é um tanto diferente (ah, vá?) e as vedetes do lugar são outros frutos do mar... como mariscos, siris e alguns peixes. Até as lagostas, que são importadas, aparecem por ali.

Uma outra especialidade do Veneto são as alcachofras. E são produzidas e colhidas de formas diferentes, dando então, pratos muito diferentes... da pequena alcachofra, da primeira floragem, chamada canarini, até as grandes alcachofras da última florada da planta. Elas podem ser feitas fritas ou com molhos diversos.

Sabe quem também nasceu no Veneto? O famoso carpaccio, nomeado em homenagem ao pintor Vittore Carpaccio. A carne crua congelada para ser cortada bem fininha começou a ser feita para uma senhora que precisava curar uma anemia. E com o tempo, ganhou popularidade, diferentes molhos e carpaccio se torna uma forma de fazer, um jeito de preparo, indo além do prato em si.

Do azeite, temos um universo fascinante! E imenso... e raro! A maioria das regiões da Itália produz seu azeite, porém a forma de fabricação e assim, sua qualidade, faz com determinados azeites sejam extremamente raros e caros, como o da Ligúria.

A tradição do azeite veio dos romanos, e com eles, veio dos gregos. O azeite tem muitas propriedades que o fizerem desde a antiguidade um ingrediente desejável nas casas e na culinária, pelas suas propriedade curativas e de longevidade. O azeite faz parte de rituais e consiste em mitos e em culto a diferentes deuses, proeminentemente, Athena.

"Onde então este óleo é cantado em mitos, tão exaltado e celebrado: o ideal, o autêntico, o óleo tão precioso?
Fica no imaginário coletivo. Nas nossas considerações dos produtos típicos das regiões da Itália, celebramos com muita realidade o azeite, que também reina no consciente daqueles que consomem o "néctar das azeitonas": a ideia de um óleo genuíno, doador de vida, uma linfa natural  que nutre as pessoas, atrelado à fundação espiritual da vida. O ritual do uso do azeite é muito próximo dos sacramentos religiosos, pois o óleo de unção e o azeite são o mesmo. Na hora do jantar, em todas as mesas na Itália, deixando de lado qualquer que seja o rótulo que a garrafa tenha, há um tanto do óleo cerimonial , uma fonte de imortalidade". (p. 33)

Não dá um monte de ideias para oferendas para nossos ancestrais?
E mais ainda, uma noção de como mantemos ou podemos manter tradições? Stregoneria está na cozinha =)

Esses postings estão cada vez mais saborosos! Para comprar o livro, clique aqui!
Bacci per tutti!
Pietra

domingo, 8 de maio de 2011

Why Italians love to talk about food? Lomabardia

Continuando o passeio pela Itália através de sua cozinha, chegamos a minha amada Lombardia! De Mantua, no vale do rio Pó, minha famiglia, ou parte dela, o sobrenome que eu carrego, vem!

Ler o capítulo do livro Why Italians love to talk about food sobre a cozinha lombarda me fez encontrar coisas que: 1- eu amo! 2 - eu vi coisas que minha avó fazia em casa e todos gostavam. Confesso que me emocionei muito.

A capital da Lombardia é Milão e diz-se que lá as pessoas são como os paulistanos - não param e vivem stressados (e digo isso pq trabalho na capital e vejo o ritmo que as coisas se dão). Então, para os lombardos comidas que se possam apreciar com tempo e tradição.

Uma cultura comum na Lombardia é o arroz. E com ele, saem dos deliciosos risotti. Diferentes tipos de arroz, combinações possíveis... Além do arroz, a comida lombarda inclui lentilhas, que são conhecidas pelos dons mágicos de vida e morte; o pão de aveia que é comido no dia de São Jorge (morri) para garantir boas colheitas para a próxima estação; as frutas tradicionais são as maçãs, melões e as peras (de Mantova - morri2); lá também se comem rãs, salmão, truta, repollho em sopa, polenta, osso bucco... os queijos são o Bitto e a Gorgonzola.

E sabe o tal bife a milanesa que gostamos tanto aqui no Brasil? Sim, ele existe! Cotoletta alla milanese é originalmente um corte de vitela passada no ovo e, em seguida, em migalhas de pão. Ok, mudamos um pouco aqui no Brasil, mas eu acho impossível não amar e saber que a coisa toda pode ser uma oferenda aos meus ancestrais!!

Por fim, a comida lombarda é rica e deliciosa... e convido a quem quiser a experimentar uma das coisas que eu via sempre meu avô fazer - e, de cara, eu julgava estranho - e é delicioso: a sopa com vinho. No livro, Elena Kostioukovitch escreve:
"um caldo de vinho (bev'r in vin), inventado na cidade de Mantova, é servido algumas vezes como aperitivo (geralmente, o vinho colocado é o Lambrusco importado da adjacente Emilia Romagna). De acordo com o ritual, esse caldo de vinho era tomado antes do jantar, em frente a lareira." p. 58, tradução livre minha.

Eu estou aqui tomada em pensamentos e emoções de como muitas coisas que eu gosto vem de ancestralidade e como podemos compartilhar, em plano físico e espiritual, essa comida e comunidade absolutamente mágicas!

Pietra, a mantovana

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Convite! Convenção de Bruxas e Magos

Mais um ano nos reunimos na gostosa vila de Paranapiacaba. E lá, diversas correntes de espiritualidade e de práticas... Terapias, danças, Bruxaria, Tarot, Druidismo, Xamanismo... todos se encontram e comungam do fim-de-semana da sexta-feira 13, de maio! Acredito que essa é o grande espírito da Convenção: congregar.
Nas minhas atividades de Stregoneria e Tarot, vamos ter a palestra Tarot: um instrumento de Bruxaria, para conversarmos sobre como o tarot pode nos ser útil enquanto estamos aconselhando, purificando e curando a nossa comunidade.

Com o tarot, acontecem DOIS encontros do Chá de Tarot, ambos a tarde!

E, além da strega, teremos atividades de Xamanismo com Sthan Xannia, Léo Artese e de Xamanismo e Druidismo com Marcos Reis. Raquel Frota nos falará sobre Chakras; Edu Scarfon fará um ritual a Deméter; Daniel Atalla fala ta,mbém sobre tarot... e muitas coisas mais!

Para ver toda a programação, dê um pulo no site da Casa de Bruxa: http://www.casadebruxa.com.br

Espero ver a todos semana que vem! =)
Pietra

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Why Italians love to talk about food? Friuli e a sagra

A primeira região explorada no livro Why Italians love to talk about food é Friuli Venezia Giulia.

O nome da região varia de forum Julii, a região é uma de influências eslavas dada a sua posição geográfica. E, antes da grande fama de Veneza, Aquileia era a grande cidade da região. Ali moraram muitos povos de diferentes locais e etinias até que a Itália se unisse como uma República.

Dada a localização de Aquileia, os pântanos e regiões afins foram as formadoras das tradições culinárias com pratos com rãs, enguias, siris e alguns peixes. Quando Veneza passou a cumprir o papel de grande cidade, os costumes mudaram um tanto e algumas novas tradições passaram a se desenvolver no Friuli. E por conta dos invernos tão rigorosos do local, a carne de porco ganha importância.

A bebida típica do Friuli é a grappa. E com ela, o costume do tajut, a pequena bebida, bebidinha. Quando os trabalhadores se juntam em bares ou restaurantes com mesas na rua para tomarem um tantinho de grappa, conversar e voltar ao trabalho.

Um dos pratos principais do Friuli são a polenta - famosa na época medieval, famosa hoje e agora, sempre servida de um tanto de carne. Na verdade, o milho, o presente do Novo Mundo, é creditado como salvador de muitas vidas, por sua fácil cultura e pelos seus produtos, preponderantemente, a polenta.

Além dela, temos carne de lebre, carne de porco, siri, batatas, nabos, feijões preparados, quase sempre,  com óleo, sal e alho. Os queijos são o Tabor e o Montasio. E a sobremesa típica, a Gubana, um bolo enroladinho, recheado com uvas-passas).

A sagra, que deriva da palavra latina sacrum, sagrado, é uma comemoração, uma honra, uma homenagem. Muitas vezes ela toma sim a forma de um culto a um santo, uma festa dedicada a uma deidade, mas o principal delas é a comida servida em cada uma das sagre. Ela vem de festivais da Roma antiga que celebravam a comida e o ato de comer. Com a cristianianização da Itália, as festividades ganharam santos patronos e com o tempo, agora na contemporaneidade, ganharam inclusive um tom de arena política e ideológica.

Algumas sagre curiosas e interessante para nós, streghe, são: dos pêssegos, feita em Canale, Piemonte; do leite, Truccazzano, Lombardia; das olivas, em Povve del Grappa, Veneto; das raízes, em Soncino, Lombardia... entre muitas outras. Vamos comemorar???

Já está com água na boca?
A próxima é sobre o Veneto.
Baci per tutti!
Pietra

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Quer saber?

Estou agora, Eremita, repensando se algumas coisas de nossas espiritualidade e de nossas lanternas devem iluminar o público.

Sim, estou sendo parcial.
Sorry... 3 de espadas põe a gente para pensar.
Pietra