Gostei muito deste texto. Ele conversa comigo, pois minhas ideias também são bem apolíneas e buscam o Metrón, a Justa Medida.
O original está em: http://urbanhellenistos.wordpress.com/2009/03/05/balance/
Uma das coisas que vem mantendo meu interesse na religião helênica, não importa o quanto os outros praticantes tentem ou consigam me deixar maluco, é o ideal apolíneo de Moderação e Equilíbrio. Na verdade, esse ideal parece ser mantido por outros pagão mais "sãos", mesmo que não praticantes do helenismo. Eu preciso concordar que as religiões com raízes em Abraão o Paganismo é uma coisa estranha; e também admito que para aqueles que têm a ideia de espiritualidade monoteísta como a "correta", a crença em vários deuses pode parecer "anormal" e, em nossa sociedade, "anormal" pode, muitas vezes, ser traduzido como "loucura".
Em minhas práticas pessoais, eu equilibro muito do "louco" (...) com muita racionalidade. Eu examino minhas experiências ditas místicas com um tanto de lógica, para poder correr atrás de explicações lógicas para os acontecimentos antes de cair em uma fantasia, ou busco, pelo menos, alguma explicação simples e plausível antes de tudo. Na maioria das vezes, as coisas podem ser explicadas com questões completamente mundanas e, em menores casos, não é bem assim.
Em minhas práticas pessoais, eu equilibro muito do "louco" (...) com muita racionalidade. Eu examino minhas experiências ditas místicas com um tanto de lógica, para poder correr atrás de explicações lógicas para os acontecimentos antes de cair em uma fantasia, ou busco, pelo menos, alguma explicação simples e plausível antes de tudo. Na maioria das vezes, as coisas podem ser explicadas com questões completamente mundanas e, em menores casos, não é bem assim.
Agora, a aceitação do mundano não necessariamente incorre na descrença do que é fantástico; mas, o mundano e o fantástico podem coexistir em equilíbrio um com o outro. Um amigo meu uma vez me explicou o paradigma de Apollo e Dionísio como uma forma de dualidade Yin/Yang um tanto mais complexa. Lógica e Ciência ficam no reino de Apollo, tal qual os oráculos e o misticismo, algo que sempre é legado para um lado mais distante da "normalidade". Êxtase e "selvageria" estão sob o domínio de Dionísio, mas também a capacidade de colocar uma máscara e ser convincente, mesmo que por pouco tempo, sendo que para fazer isso é preciso de um grande poder de controle.
Enquanto Nietzsche pintou Apollo e Dionísio de uma forma um tanto ÿin e yang", mas perdeu a parte na qual equilíbrio é necessário para ambos sejam completos, e assim pintou uma imagem não dos dois Theoi mais cultuados na Grécia Antiga, mas de dois extremos, 100% preto e branco. O Apollo de Nietzsche não tem nada a ver com a "moderação" das coisas, mas sobre o controle total sobre si. O Dionísio dele é muito próximo de um “Jimbo Morrison” no filme altamente ficional e exagerado de Oliver Stone, The Doors: um bêbado quase sempre extático, sempre maluco e fora de controle. Ray Manzarek diz que seu personagem era ficcional e que pouco se pareceria mesmo com Jum Morisson na vida real - muito mais do que um poeta e filósofo com quem se tornou amigo, o verdadeiro Dionísio para o Apollo de Ray, que, nas palavras de Manzarek, “[poderia] beijá-lo e amá-lo pela conexão que estabeleceram através da música”.
Enquanto Nietzsche pintou Apollo e Dionísio de uma forma um tanto ÿin e yang", mas perdeu a parte na qual equilíbrio é necessário para ambos sejam completos, e assim pintou uma imagem não dos dois Theoi mais cultuados na Grécia Antiga, mas de dois extremos, 100% preto e branco. O Apollo de Nietzsche não tem nada a ver com a "moderação" das coisas, mas sobre o controle total sobre si. O Dionísio dele é muito próximo de um “Jimbo Morrison” no filme altamente ficional e exagerado de Oliver Stone, The Doors: um bêbado quase sempre extático, sempre maluco e fora de controle. Ray Manzarek diz que seu personagem era ficcional e que pouco se pareceria mesmo com Jum Morisson na vida real - muito mais do que um poeta e filósofo com quem se tornou amigo, o verdadeiro Dionísio para o Apollo de Ray, que, nas palavras de Manzarek, “[poderia] beijá-lo e amá-lo pela conexão que estabeleceram através da música”.
Apesar de Dionísio ser mostrado como "rústico" e Apollo como "urbano", Dioniísio pode ser sentido nos teatros das cidades, em suas casas noturnas, nas festas nos sótãos das casas as quais ninguém admite ter planejado. Por outro lado, Apollo tende a se aventurar nos bosques para estar com suas Nymphai e chorar a morte de Jacinto e outros amores que perdeu. Isso tudo acontece em perfeito equilíbrio, perfeita harmonia. Deixar o êxtase sobrepujar a razão e vice-versa é um convite a impureza espiritual e à loucura. Reconhecer quanto precisamos nos centrar na moderação é uma habilidade importante, pois assim saberemos reconhecer os momentos nos quais passamos na vida.
3 comentários:
Mas que ilustração linda é essa, hein? :-))))
Tb sou obrigada a dizer que esse texto bateu fundo na minha alma, uma vez que pendo para o lado de Dionísio, mas, nesse ano solar, é o Equilíbrio que veio me dar sua cara, nas palavras do Ano Novo Astrológico.
Assim, acredito mesmo nos dois Thei como complementos que se perpassam. Bem como a representação do Yin e Yang mais complexos.
E esse "opostos" que se co-habitam, para mim,e stá justamente na chave do início do texto: na busca! No correr atrás de explicações mundanas, sem que isso exija, necessariamente, sem o fantástico. Como o autor diz "o mudano e fantástico podem coexistir em equilíbrio um com o outro".
Tanto, que Excesso e Moderação tb são os pólos de Dionísio. Que tb cuida do Oráculo de Delfos.
=D
Enfim... seja como for, só faço uma contraversão, sobre os aspectos de Nietzsche. Não acho que a perspectiva do filósofo doi tecer Apollo e Dionísio como 100% antagônicos. E nem acho que, ao usar os arquétipos dos dois Deuses, ele tenha querido fazer uma proposição a cerca das divindades.
Nietzsche foi genial em sua proposta de análise da Literatura e das Escolas, a partir da Dialética da Arte (ou Teoria do Pêndulo), em seu livro "As Artes do Intelecto". Nele, usando a própria mecânica da dialética, os pólos não se rejeitam, mas se conversam, em movimento de eterna tese, antitese e síntese... que todos as Eras Literárias e Artísticas - algumas mais outras menos - mas todas, de alguma forma, manifestaram em termos de busca a essas explicações... ora mundanas, ora fantasiosas.
E nessa perspectiva, Nietzsche deixa absolutamente claro como esse movimento de "péndulo" é uma disposição da própria humanidade em sua ânsia por esse equilíbrio. Que só pode ser alcançado, passando e interpolando esses pólos complementares.
Por isso, acho que é importante uma cautela aí, quando o autor estabelece essa relação sobre as idéias Nietzschenianas, porque não acho que a proposição do filósofo seja assim tão literal e nem voltada ao aspecto divinatório.
OBRIGADA, Pi, por traduzir essas coisas pra gente!!! :D
tb pendo mais pro lado dionisíaco, então nem tinha pensado muito nesse lado de equilíbrio de Apolo. Se refletirmos, o sol traz vida, tomar banho de sol é importante pra sintetzarmos a vitamina D, mas em excessõ pode causar câncer. Ou seja, ele sempre pede equilíbrio.
sempre aprendo muito com vcs, fazia tem q não vinha aqui. Obrigada
Tb adorei o desenho! até salvei, de quem é?
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