Gaia, a primeira deusa da Terra. |
O texto todo, da pesquisadora Harita Meenee, pode ser lido neste link (em inglês), mas aqui eu ressalto duas passagens que achei interessantes. Fiz uma tradução livre.
"Pode soar estranho hoje em dia, mas religião e comida já foram intimamente conectadas. Garantir provisões adequadas para a sobrevivênvia era uma das principais preocupações no alvorecer da humanidade. Desde que toda a comida vem da Terra, ela veio a ser considerada como uma generosa Deusa Mãe, que cuida de sua descendência, humana ou de outro tipo. Assim, ela necessita ser propiciada e agradecida, para continuar doando suas provisões. Precisamos apenas pensar um pouco para imaginar que os primeiros ritos e oferendas tinham essa intenção. (...)
(...) O corpo de uma mulher e o corpo da Terra são similares na mente antiga: um dá à luz a crianças humanas, o outro às plantas. Os dois garantem a continuidade da vida. Na Grécia, em seus dias agrícolas, os produtos eram às vezes chamados de gennimata, as coisas nascidas da terra. (...)".
Vale a pena ler o artigo todo, no qual a autora desenvolve essa relação com mais eloquência. Mas por esses trechos já é possível traçar um paralelo entre a importância do alimento e a importância de um culto à uma Deusa Mãe relacionada à terra.
Deméter como deusa do alimento e da colheita. |
Mesmo com a industrialização dos alimentos há, no começo da cadeia produtiva, uma semente que foi plantada em um pedaço de terra, ou uma árvore que está crescendo e dando frutos há anos, ou um cereal que foi colhido e virou ração para o gado ou o porco que compramos morto e congelado no açougue. Portanto, como pagãos e cultuadores do ciclo da natureza, penso que é importante termos essa consciência de que há, sim, uma terra fértil que alimenta a todos.
Não quero ser doutrinária e dizer que todos devemos prestar honras à Deméter, Gaia, Ceres, Rhea ou outra divindade da terra. Mas creio que é um assunto que pode estar na pauta do dia.
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