Texto escrito pela amiga Cássia Larrubia, o qual, eu acredito, reflete um pouco do que pensamos sobre Neopaganismo, sacerdócio, fé e trabalho com os Deuses.
O original se encontra aqui: http://larrubia.multiply.com/journal/item/620/620?replies_read=25
Eu estou com esse tema na mente faz bastante tempo, mas ando sem tempo de escrever. É uma coisa que eu andei pensando sobre minhas experiências e observações.
Acredito que haja um problema cuja raiz é a crença de que todo pagão é Wicca. Não é e acho que quem está trilhando essa coisa complicada chamada neopaganismo há um tempo já se ligou que não é bem por aí. Mas se você pega livros de wiccanos e de pessoas que utilizam dessa filosofia para criar sua parte dessa crença multifacetada, vê que todos falam sobre iniciações, sacerdotes e sacerdotisas e autoiniciações etc.
Acredito que quando estamos falando de iniciação, de entrega da nossa vida a uma força maior que nós, seja lá um deus, uma deusa, vários deuses etc etc, estamos nos comprometendo ao sacerdócio com essa divindade. Bom... aí é que pega.
Acho que existe uma diferença fundamental entre culto e sacerdócio. E que, infelizmente, as pessoas todas que resolvem trilhar esse caminho do neopaganismo pensam que precisam ser sacerdotes e muitas vezes não entendem, de cara, o que significa ser o sacerdote de um deus ou de uma crença.
Pergunte ao padre, pastor, pai de santo ou coordenador de centro kardecista. Eles se dedicam ao que fazem de uma maneira muito mais intensa e com muito mais responsabilidades do que quem vai lá assistir a uma missa, culto, reunião etc. Eles são responsáveis pelo cuidado às divindades, têm a obrigação de estar em todas as festividades, nos cultos todos os sábados, nas missas todos os domingos e por aí vai.
Quando você resolve trilhar um caminho neopagão, você tem, pra mim, uma escolha: você pode cultuar os deuses de sua escolha com seriedade ou você pode se tornar um sacerdote desses deuses, preferencialmente de um deles ou de alguns deles (de um panteão), mas não de todos. E você cultua os demais.
Não acho que todas as pessoas estão prontas pro sacerdócio. Ou que seja a vibe de todas as pessoas que optam pelo neopaganismo serem sacerdotes.
Acho que antes de pensar em uma iniciação, em graus iniciáticos, você deve pensar bem no que quer do sistema religioso que escolheu. Porque quando você assume o compromisso, vai precisar cumprir, certo? E como fica se depois você resolver que não é bem isso, que não tem tempo ou não está com vontade?
Acredito que o desejo de cultuar um deus, demonstrar fé e amor a uma divindade pela perspectiva do fiel é tão bonito quanto adentrar nos mistérios e nas obrigações do sacerdote. Basta ser feito de coração. Além do que deuses precisam ser cultuados.
Também acredito que o sacerdócio é um chamado. Em todas as religiões é assim. Você é impelido ao trabalho. Então também acho que, quando somos chamados, é de bom tom atender. Mesmo que dê trabalho (acredite, se você quiser levar isso a sério vai dar trabalho! E vai dar trabalho pro resto da sua vida).
É que é tão bonito e tão precioso que se torna, acima de tudo, um prazer e não uma obrigação.
Acredito que haja um problema cuja raiz é a crença de que todo pagão é Wicca. Não é e acho que quem está trilhando essa coisa complicada chamada neopaganismo há um tempo já se ligou que não é bem por aí. Mas se você pega livros de wiccanos e de pessoas que utilizam dessa filosofia para criar sua parte dessa crença multifacetada, vê que todos falam sobre iniciações, sacerdotes e sacerdotisas e autoiniciações etc.
Acredito que quando estamos falando de iniciação, de entrega da nossa vida a uma força maior que nós, seja lá um deus, uma deusa, vários deuses etc etc, estamos nos comprometendo ao sacerdócio com essa divindade. Bom... aí é que pega.
Acho que existe uma diferença fundamental entre culto e sacerdócio. E que, infelizmente, as pessoas todas que resolvem trilhar esse caminho do neopaganismo pensam que precisam ser sacerdotes e muitas vezes não entendem, de cara, o que significa ser o sacerdote de um deus ou de uma crença.
Pergunte ao padre, pastor, pai de santo ou coordenador de centro kardecista. Eles se dedicam ao que fazem de uma maneira muito mais intensa e com muito mais responsabilidades do que quem vai lá assistir a uma missa, culto, reunião etc. Eles são responsáveis pelo cuidado às divindades, têm a obrigação de estar em todas as festividades, nos cultos todos os sábados, nas missas todos os domingos e por aí vai.
Quando você resolve trilhar um caminho neopagão, você tem, pra mim, uma escolha: você pode cultuar os deuses de sua escolha com seriedade ou você pode se tornar um sacerdote desses deuses, preferencialmente de um deles ou de alguns deles (de um panteão), mas não de todos. E você cultua os demais.
Não acho que todas as pessoas estão prontas pro sacerdócio. Ou que seja a vibe de todas as pessoas que optam pelo neopaganismo serem sacerdotes.
Acho que antes de pensar em uma iniciação, em graus iniciáticos, você deve pensar bem no que quer do sistema religioso que escolheu. Porque quando você assume o compromisso, vai precisar cumprir, certo? E como fica se depois você resolver que não é bem isso, que não tem tempo ou não está com vontade?
Acredito que o desejo de cultuar um deus, demonstrar fé e amor a uma divindade pela perspectiva do fiel é tão bonito quanto adentrar nos mistérios e nas obrigações do sacerdote. Basta ser feito de coração. Além do que deuses precisam ser cultuados.
Também acredito que o sacerdócio é um chamado. Em todas as religiões é assim. Você é impelido ao trabalho. Então também acho que, quando somos chamados, é de bom tom atender. Mesmo que dê trabalho (acredite, se você quiser levar isso a sério vai dar trabalho! E vai dar trabalho pro resto da sua vida).
É que é tão bonito e tão precioso que se torna, acima de tudo, um prazer e não uma obrigação.
6 comentários:
epa, cadê a imagem da minha deusa no texto? hehehehe
Se escondeu =)
Concordo plenamente. Nem de longe me sinto pronto para atuar como sacerdote, e acho muito mais sério e digno perante uma memória divina e ancestral me pôr no lugar certo, de respeito aos deuses que eu consigo cumprir... =)
Gostei do texto, essa é sempre uma das coisas em que me pego pensando... Os neopagão (maioria) sempre se dizem sacerdotes, mas, para mim, ser sacerdote ou sacerdotisa sempre foi um "plus" (rs).
Para mim, a pergunta que nunca cala: "E como fica se depois você resolver que não é bem isso, que não tem tempo ou não está com vontade?".
Alguém estaria disposto ou disposta a falar sobre?
É que quando a gente lê livros sobre bruxaria, é dado a entender que ser sacerdotisa é um objetivo a ser almejado.
Uma meta ou algo assim.
Não no sentido de vc servir de sacerdote para os outros...mas no sentido de ter acesso à sua divindade interior (se é que vocês me entendem....tipo não uma divindade de panteão celta, grego,etc...uma "pessoal", uma só sua)
Tipo uma face da Deusa multifacetada que é expressa apenas na singularidade da pessoa.
Eu já quis ser sacerdotisa....mas nunca encontrei alguém que eu confiasse e que pudesse me ensinar a ser...enfim.
Ótimo texto
"E como fica se depois você resolver que não é bem isso, que não tem tempo ou não está com vontade?".
Ai que a pessoa permanece como perjuro...
Se bem que eu não tenho láaaa esse contato íntimo com os deuses pra dizer que eles se importam com isso ou aquilo...sempre me pergunto se eles se importam...
Postar um comentário