Na Tarde de Instrumentos Mágickos do Espaço Viver Alternativo, conversei por 50 minutos sobre o Livro das Sombras.
Na verdade, nem importa muito o nome que esse suporte tenha. Suporte porque é nesse local que pode ser colocado o que fazemos, os nossos registros. E em termos de suporte, podemos estar falando de livro ata, cadernos dos mais variados, folhas digitadas coletadas juntas, fichários, desenhos. O suporte é apenas um meio... entre nossas experiências e a posteridade... é o nosso mapa que marca nossos passos... uma areia que mostra por onde caminhamos e o que vimos.
O começo da conversa foi sobre língua. Língua materna e o processo que passamos para nos alfabetizar e como isso pode ser maravilhador ou traumático, pois o que se dá em nossas mentes pode começar quando temos 5 anos e terminar plenamente aos 8... mas isso é mt relativo, quer dizer, vai da facilidade e muito, muito mesmo, da prática. Aprender a ler e a escrever é uma questão séria de prática.
E ai vem o lance de ler e de escrever. E que privilégio é esse, uma vez que há 100 anos nem todos liam e escreviam e pouco tinham de acesso às informações que temos. Informática, Antropologia, História, Espiritualidade... quantas coisas que o fim do século 20 nos garantiu e que nós, muitas vezes, temos como dado, apenas como mais uma parte da nossa realidade.
Assim, os livros da sombra, os registros mágickos não são tão comuns em termos das práticas de nossos ancestrais quanto gostaríamos, e por quê? Porque não sabiam como ler e escrever, ou onde. E assim, muitas coisas foram repetidas tantas e tantas vezes para poderem ser decoradas e guardadas, na mente...
E no fim das contas, por que tudo isso é importante? Bem, porque marcam o caminho que fazemos. E sempre que olhamos para esse caminho, para essas marcas podemos fazer reflexões, pensar sobre o que pensávamos e o que fazíamos e porque ainda fazemos e porque não fazemos mais.
É avaliação. É construção de novos conhecimentos. É autoconhecimento... somos nós, ali, colocados em letras, em frases... algumas vezes em desenhos.
Eu penso que não tanto pela linguagem, e sim pela língua. Pelo domínio daquilo que queremos expressar, nem que não seja totalmente racionalizado, mas que fique por ali, nos lembrando do que aconteceu.
E no fim, uma discussão subiu e acho que vale colocar. Quão importante é o como se escreve?
Algumas pessoas colocaram que acham muito importante que haja necessariamente a interação entre papel e caneta, e que o escrever a mão é que deixa impresso no suporte o sentimento do que se passa.
Outros, que a escrita vale sendo diretamente no suporte, ou seja no virtual... Ter um livro com seus registros digitados... e se necessário, imprimi-los.
Eu não sou uma pessoa purista... não acho que uma coisa tem de ser exatamente de um só jeito... algumas sim, pq simplesmente são assim que são, tipo Gravidade ou Digestão, mas nesse caso, bem, o processo mental é o mesmo. Você precisa organizar um pensamento e depois fazer duas coisas... aplicar-se a um desenho feito pela sua mão ou fazer sua mão buscar um desenho que tem o mesmo significado num teclado. É o que os que escrevem em Braille fazem...
Eu não acho que tem de ser um jeito ou do outro... mas acho que é importante haver o compromisso consigo de fazer e de se lembrar do que foi para melhor planejar o que vai ser .
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