quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Árvore Genalógica

Quando se fala de ancestralidade, para muita gente o assunto é nebuloso. Família é um conceito bem complexo, e se existe uma ferramenta que ajuda uma barbaridade no nosso envolvimento com nossa ancestralidade é a construção de uma Árvore Genealógica.

Não simplesmente pela árvore em si, mas pelo conhecimento e contato que se consegue enquanto se faz a construção da dita cuja.

Inicialmente, uma árvore vai ser um gráfico onde se coloca os nomes das pessoas, suas datas de nascimento, casamento e falecimento (se houverem), os locais onde as pessoas nasceram e morreram e se casaram. Mas muito mais que isso, construir a árvore significa começar a encontrar documentos e fotografias das pessoas, conversar com as pessoas mais velhas da família (anotando ou gravando isso), conhecer as histórias pessoais de muitos deles. E no fim, o que seria um gráfico se torna um bocado de cadernos, folhas impressas, arquivos, álbuns de fotos, contando a história dos que vieram antes de nós.

Nem sempre se consegue preencher as lacunas da árvore todas. Nem sempre a gente sabe o nome do parente que conhecemos uma história. A Árvore vai se tornando uma colcha de retalhos, e quanto mais longe se vai, mais vão ficando lacunas. É um trabalho que vai se estendendo sem final, e que vai ficando maior conforme temos mais ou menos tempo para nos dedicar a isso.

Para começar uma árvore, a primeira coisa é marcar onde você está nela, e colocar as informações dos seus parentes de primeiro grau: pai, mãe, irmãos. Se não souber algum nome, coloque o que souber: ( por exemplo, “irmão, nascido em 1945, em Smallvile”), muitas vezes as informações vão chegando depois. Coloque os nomes dos avós, dos tios, dos primos. Comece por aquilo que você sabe de cabeça. Coloque as datas que souber.

Não se preocupe ainda em fazer em forma de gráfico. Vá fazendo uma lista. Existem programas e sites que podem fazer o gráfico pra você.

Eu, em particular, tenho feito o seguinte. Aquelas pessoas que não fazem parte da família de sangue, mas são “agregados” (e minha família tem muito disso), eu anoto também o que eu souber.

Vá colocando as histórias que lembrar.

Então, vem a parte mais gratificante e mais maluca. Começar a perguntar, entrevistar os parentes vivos. Sempre tem alguém que conhece mais histórias. Outro que tem algum documento guardado. Ou umas fotos. Xeroque e tire cópias de tudo que puder. Anote quem são as pessoas nas fotos. Se tiver algo escrito no verso da foto, xeroque também. Eu tenho a caligrafia da minha tataravô, linda, “Minha photo, para todos berem e depois o Manuel fique com ella”, de uma foto tipo cartão postal que ela mandou de Portugal. E tenho a filmagem da minha bisavó explicando sobre como era a escola no seu tempo de menina. E ensinando a fazer pamonha (a família do meu pai se reunia toda para fazer pamonha, com sacas e sacas de milho).

De repente, aquelas pessoas que eram totais desconhecidos passam a ter histórias. Sei que a Angelina era muito brava e centralizadora, sei que a Maria Júlia ria como criança, era doce, meiga e dizem que herdei dela esse fascínio pelas histórias folclóricas, que o Manuel disse que ia casar com a Judith quando ele tinha doze e ela seis anos. Que a vó Odília fugiu levando a vó Mercedes, minha bisavó, porque o marido era muito ruim e ele colocou gente armada perseguindo ela por seis anos até conseguir reaver a filha.

E então, quando eu estou rezando em frente ao meu oratório, essas presenças se descortinam com muito mais facilidade em minha mente do que antes de eu começar a buscar por eles...

Para começar...

O site Ancestry é em inglês, mas muito bom para montar sua árvore on line. E ovcê pode convidar outras pessoas da família, via email, para participarem da construção.

Aqui, algumas informações bem úteis.

E lembrando que os Mórmons tem um registro genealógico gigantesco que qualquer um pode pesquisar...

2 comentários:

Flávia Kytanna disse...

Que interessante isso, eu tenho um papel com a árvore genealógica toda da família do meu avô até sua vinda para o Brasil, já da parte de minha mãe não tem na da escrito, tudo de boca. Esse tipo de pesquisa, que começa como histórica, se transforma em pura cultura popular, pq a gente fica sabendo de coisas e particularidades de pessoas que nunca vimos, mas que depois nos parecem tão próximas. Eu adorava escutar as histórias de minhas avós sobre parentes que eu nunca havia visto na vida.
Agora esses sites que vc indicou, nossa eles tem altas dicas, vou ler com calma, e ver o que eu aproveito dali. Com certeza vai ajudar até a tentar resgatar algo da família de minha mãe.

Beijocas Enluaradas

Iony disse...

Ines vc me fez lembrar uma coisa: minha irmã qdo voltou da Espanha troxe uma arvore anotada pelas pessoas de lá agora só falta completar com quem veio pra cá e ja teremos uma boa parte da arvore montada. E vc me fez ter vonatde de ir pra SP conversar com minhas tias sobre esse assunto. Poxa q legal, to empolgada!