segunda-feira, 26 de maio de 2008

Novos textos no Tribos de Gaia

Publicamos agora em maio dois textos: o da Pietra com Maioridade Mágicka trazendo algumas reflexões sobre o nosso tempo de maturação e aprendizado que vai muito além de um ano e um dia =)

"Assim, vamos ouvindo os conselhos de Saturno... e sabendo que o tempo faz da nossa prática a mais sólida, a mais responsável e mais coerente. E com ele vamos adicionando e aprendendo".

E o da Inês, Das coisas que não servem mais, que nos ajuda a pensar em ciclos, aprendizados e construção de idéias.

"As coisas mudam, a caravana passa. A natureza tem seus ciclos, e é disso que eu vivo hoje, sentindo dentro de mim o momento do plantio e o momento da colheita. Se para chegar até aqui eu tive que abandonar algumas coisas que eu achei que não serviam mais, foi para diminuir o peso e deixar o carro mais leve para transportar a próxima safra de idéias e conhecimentos."

Leiam! Comentem! Confiram!!

www.tribosdegaia.org

quinta-feira, 22 de maio de 2008

Atualizações no site Stregoneria Brasileira

Além de algumas fotos novas, hehe, temos:

Textos:
Maioridade Mágicka, e o tempo que levamos para amadurecer a nossa prática...
Procurando raízes. Um texto que eu traduzi sobre a busca de um passado pagão.
Mãe não é uma só, falando um pouco sobre a relação de mãe e o evento No Colo de Gaia, no qual reverenciamos a Grande Terra.

Agenda:
- Curso de Bruxaria Italiana em julho.
- Palestras do mês de junho...
- V Convenção de Bruxas e Magos de Paranapiacaba!

Links:
- Jera sabonetes
- Podcasts: Tarot Connection e Deo's Shadow (amo os dois... em inglês).
- Novo endereço do Tribos de Gaia... agora .org
- TV Espelho Mágico, para a qual eu contribui com algumas palavras =)

Em breve, mais novidades =)

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Mais da palestra sobre Animais...

Desta vez feita no PNT - Pagãos no Triannon - em Sampa.

Eu estava sem computador. Mas com o meu novo acessório de animais: o Animals Divine Tarot. Além de várias idéias na cabeça.

Não divergi do que eu havia apresentado semana passada, mas a platéia foi bem diferente e isso nos mostra mais e mais jeitos de pensar. É engraçado pq com o computador, a gente se organiza melhor, tem os slides e garantimos um pensamento e uma explanação mais linear. Por outro lado, como essa foi feita no gogó, tive a chande de passar por mais pensamentos e mais argumentos.

Falamos das corujas... e de como elas estão ligadas às deusas anciãs e a Athena/ Minerva. Aliás, uma questão muito curiosa foi a fala de uma pessoa dizendo que se todo pio de coruja anunciasse realmente a morte, ou melhor, trouxesse a morte, nós todos ou pelo menos o interior já teria ido pro vinagre.

Dos gatos, conseguimos ir mais fundo nas questões divinas dos bichanos e de como eles eram importantes no Egito. E isso faz pensar no que o Chronos acabou colocando mais tarde de que se os romanos tiveram tanto contato com os egípcios que o intercâmbio cultural foi tão significativo, de alguma forma os antigos ítalos aprenderam sobre a importância e o valor do gato.
O lance é que, mais uma vez, tudo se perdeu com a Idade Média.

E o que dizer do bode? O animal cuidador de Zeus, Júpiter acaba por encarnar o mal masculino... e ai a discussão voltou a Pã e talvez no medo que as pessoas tenham de assumir sua sexualidade... mas mais que isso ainda, como é lidar com TUDO, se Pã é tudo? E ai, o tudo vira tudo que não presta.

Foi um encontro muito gostoso o de ontem e espero poder fazer mais vezes.

Mês que vem tenho mais duas atividades que trago minhas impressões aqui no blog =)
Até lá, que nossos familiares nos ajudem a fazer as nossas pontes mais divinas!

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Da palestra sobre animais e algumas reflexões sobre o assunto...

Este fim de semana tive uma inspiração. Como eu sempre divulgo meus eventos, palestras, cursos e afins, eu dificilmente escrevo um feedback de como foram as coisas, a não ser pelas fotos. E comecei a achar que estava perdendo alguma coisa. Foi então que resolvi sentar-me aqui e escrever um pouco do que rolou e, quem sabe, ampliar a discussão.

Da palestra "Strix a streghe: animais no mito e na realidade das bruxas" tiramos coisas muito interessantes. Aliás, essa palestra ocorreu primeiramente no espaço Viver Alternativo agora em maio e vai se repetir no PNT tb de maio... Ou seja, vai se um mês de palestras animais!

O intuíto dessa palestra era conversar sobre como alguns animais se demonizaram ao longo do processo histórico e como, esses animais que podem parecer tão horríveis ou temerários no senso comum, são realmente divinos e importantes no trabalho mágicko das streghe, strigoi e outras bruxas e pagãos.

Meu foco ficou em três animais muito conhecidos na Itália e nas suas histórias de bruxas: a coruja (strix), o gato e o bode. Todos se tornaram fonte de medo de mal agouro e figuras do mal encarnado e como tudo isso prejudicou, e muito, às populações.

Quando falamos de corujas falamos de animais que olham o escuro, enxergam a noite e assim dão uma idéia de que sabem do que vc esconde de mais secreto. Talvez a coruja olhe dentro da alma. A mesma coruja que é o animal sagrado de Athena e representa conhecimento e sabedoria. O animal da deusa que é filha de Métis (Pensamento) e Zeus (Raio)... Athena e sua coruja assim trazem a clareza de pensamento... E nessa conversa também falamos da Deusa Anciã e como apenas uma coruja é o animal da Trívia. E que isso pode trazer medo... A Anciã pode até levar quem morre, mas, ponderei, não será a Donzela que pode trazer o feitiço, a maldição ou o encatamento para vir a posterior morte? Esse foi um aspecto que mereceria mais um tempo de conversa...

Dos gatos, conversamos sobre os absurdos de se pensar até hoje que o bicho carrega nela o que não presta. Na verdade, eu e a Sarah temos uma idéia muito parecida de quem não gosta de gatos, não reconhece em si e assim, teme, todos os atributos do gato.

Do bode conversamos sobre sua ligação com o Judaísmo e como isso, na Inquisição se tornou um problema bem sério. Tanto que o bicho que era a carne pura tornou-se o diabo...

Por fim, falamos de outros animais e chegamos nas serpentes e como ela acabou por receber a carga maligna... como representante de feminino, de ventre que anda na terra... ventre sobre ventre, ela carrega a transformação que nem todos os seres humanos compreendem. Eu pessoalmente eu não sou muito de serpentes, mas sei que existe um contexto rico ai.

Eu acredito que existe uma coisa importante no sentido dos pontos-de-vista e de como as coisas não podem ser absolutas... quer dizer, por mais que a serpente Python tenha sido um problema, é evidente a importancia das cobras na literatura médica e assim vemos Higéia, neta de Apollo, que matou a Python, carregando uma serpente... pois dali sai o veneno e o remédio...

Animais podem ser símbolos. Como nós ficamos ao interpretá-los? Será que não precisamos de um olhar mais amplo, um olhar mais de coruja para enxergar além de certas convenções sociais, de nosso tempo ou de outros? Como nosso íntimo se relaciona com esses animais? Aqui fica o convite à reflexão...

e domingo que vem, tem mais!

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Politeísmo

Vira e mexe surge esse lance de politeísmo. Apareceu de novo lá na Bruxaria Italiana e, apesar de ter dado uma resposta meio curta e grossa, fiquei pensando nisso depois.

Acho engraçado a necessidade que temos de ter um rótulo e a dificuldade que alguns de nós possuem em deixar de lado o rótulo de monoteísta. Eu mesma tive uma crise de consciência lá pelos meus 16 ou 17 anos. Foi nessa época que me dei conta de que estava começando a acreditar em várias divindades distintas, independentes, que não eram parte de uma mesma consciência onisciente e onipresente. Hoje isso é muito mais maduro e arraigado em mim. Ainda acho que é porque aprendemos a vida toda que politeísmo é coisa velha, de povos ultrapassados e mortos. Uma baita mentira.

A meu ver, existem muitos deuses. No panteão que eu cultuo, o greco-romano, existem inúmeras divindades, muitas delas quase desconhecidas da massa pagã que quer ser filho de um deus bonitinho. Tétis, Urano, Oceanus, Anfitrite, Íris, Leto, Métis, Têmis, Pan, Rhea, Hades, Hefesto... conheço filhos de algumas dessas divindades e sempre me pergunto: há tantos deuses, todos tão lindos...

Para mim esses deuses são a própria natureza, que é tão grande, suntuosa e vasta que apenas uma consciência divina não daria conta de cuidar de tudo isso. Ela ainda engloba elementos tão diversos quanto o céu da terra e a água do fogo. Como tudo saiu de um mesmo deus?

Creio que há deuses que criaram e sustentam o céu, outros que criaram e sustentam a terra, outros que criaram e dão vida à água, outros ao fogo e por aí vai. Entendo que todos tenham a essência do Caos, a grande divindade primordial que gerou Gaia e Urano, mas ainda assim, o Caos não é essa inteligência onipresente. É o grande ancestral, mas não a única natureza criadora.

Não acho que todas as deusas são parte de uma Grande Deusa Mãe e que todos os deuses são parte de um Grande Deus. Para mim cada deus é uma energia, uma inteligência, um pedacinho da natureza personificado ou não pela nossa mente. Mas que vive, pulsa e age.
E cada pedacinho desses coloca seus filhos sobre o corpo de Gaia.

domingo, 4 de maio de 2008

Ancestralidade

Como eu havia colocado no posting anterior, hoje foi um dia de encontro.

Como em tribo, a Cirandda da Lua coloca muitas pessoas juntas... pessoas de andares muito diferentes entre si, mas que estão juntas em comum-unidade. Com a mesma vontade. Uma de viver o Colo de Gaia, o de dividir seus sentimentos e sua liberdade de estar por entre pessoas - por entre outros.

Houve dança. Houveram beijos e abraços. Houve uma vivência com as runas com a Claudia Hauy.

E houve uma conversa. Uma sobre ancestralidade.

Quando eu pensei sobre essa conversa essa semana, fiquei imaginando como iria definir Ancestralidade para todas essas pessoas novas. Foi quando me veio: "Ancestralidade é o reconhecimento dos elementos passados que nos compõem. Raízes que seguram nosso lugar em uma comunidade ou identidade social".

E assim, a conversa foi indo e fui dizendo e ouvindo sobre como o que nós somos é tão intrínseco ao nosso ser, que mesmo que não saibamos, esses elementos estão ali. Nos compõem e em alguns momentos, se acendem, como uma luz. Algo que não podemos escapar.

Com isso, nossos espíritos se iluminam... e a fagulha de divindade que temos dentro de nós.

Com a nossa Ancestralidade nos firmamos em chãos... naqueles que nascemos. Mas nossos braços procuram longe por outras pessoas e as comunidades se formam. E as cabeças, em meio aos braços, nos ajudam a pensar no que somos e nos que fomos.

O evento de hj foi um encontro com gente... outra gente... minha gente... nossos pares de pessoas que buscam e vivem =)

quinta-feira, 1 de maio de 2008

Evento: no colo de Gaia


Este fim de semana teremos um gostoso encontro com o pessoal da Cirandda da Lua.

Com a coordenação da Soraya Mariani, vamos nos encontrar, mulheres e buscadoras para falar sobre Mães... e sob a égide da mãe terra, de Gaia, do corpo sobre o qual nos apoiamos e surgimos... Sobre a qual andamos com graça e honradez.

Neste encontro, vou falar um pouco sobre Ancestralidade... do típo físico, sanguíneo e daquele que nos ajuda a pequisar nossas raízes históricas e antropológicas. Mas existe a outra ancestralidade: a do espírito, a que nos leva aos nossos Deuses e ao que o nos enche o espírito de esclarecimento e de união.

Penso que conhecer as raízes é um passo importante ao que busca... porque nossos pés se aprofundam nas terras nas quais viemos, mas nosso braços e mentes vão ao sabor do vento do espírito... e mais: o sangue tudo perspassa =)

O encontro vai ser dia 4 de maio, domingo. No Parque da Aclimação, SP.
Para saber mais: www.ciranddadalua.com.br/nocolodegaia

Maio


Praticamente meio ano se foi...

Em São Paulo, estamos tomadas por um frio da chegada do Inverno.

É agora que sabemos que Koré desceu ao Hades e que Deméter está um tanto mais triste e mesmo que Hélios esteja conosco, a terra está fria. Sinto que estamos já recolhendo nossas nozes para o inverno que vem vindo. Começando a guardar o vinho e pensar nas carnes que, com sorte e alegria, assaremos pelos amigos. Começam a sair dos armários os casacos, gorros e cachecóis.

E nesse clima frio, quase triste, é que honramos a passagem de Koré a Perséfone. E com a Deusa iniciam-se os movimentos para dentro e fora do Hades... a vida e a morte nas mãos da rainha dos lírios. Como na nossa vida estamos constantemente matando coisas, reconstruindo, refazendo e criando, honramos Perséfone. E olhando para o crescimento da Deusa nos vemos. Em nosso crescimento... E em nos assumirmos... deixamos de ser meninas. Para sermos rainhas!
Louvada seja, A Pura.

Imagem e frase da Thalia Took: "Eu fui jovem um dia. Agora os mortos vem a mim e eu sou Rainha".