segunda-feira, 3 de agosto de 2009

De oferendas de cabelos


Original aqui.


Tradução minha.


"No Politeísmo Helênico antigo, os homens e as mulheres cortavam seus cabelos para comemorar mudanças na vida. De acordo com Burkert, esses sacrifícios geralmente aconteciam quando membros da família chegavam a vida adulta. Eles 'cortavam seus cabelos para dedicá-lo a alguma deidade, um rio, um herói local ou um deus, alguns mais abastados ainda viajavam a Delfos para fazer tal oferenda' (Greek Religion, 70)


(...)


Tomou algum tempo até eu decidir em homenagem a qual Deus(es) eu cortaria meu cabelo. Apollo fazia mais sentido, uma vez que ofereço a ele um cultus pessoal. Porém, depois de ler o livro de Fritx Graf Apollo, parecia que oferecer cabelo a ele seria mais adequado para os homens. No mundo moderno, isso parece um tanto obsoleto. E, enquanto eu pensava sobre isso, percebi que a mudança na minha vida - a conquista de um diploma - parecia sob os domínio de Athena.


Decidi, então, oferecer meu cabelo à Ártemis e Athena. Ártemis pelo fim da 'infância', e Athena, por ter completado meus estudos. Hoje, fui ao cabelereiro e cortei boa parte do meu cabelo. Ele foi doado para pessoas que fazem perucas para pessoas carentes.



Salvem Ártemis e Athena, as Deusas Virgens."



Pietra pensando agora...


Me lembro de ver e de passar coisas assim... Incrível como o cabelo faz diferença nas nossas vidas. Tem gente que não corta o cabelo nem a pau. Acha que nunca ficaria bem de cabelos curtos. Outras pessoas, trocam de visual sempre, de forma que tem horas, que precisamos de 5 segundos para reconhecer. De qualquer forma, é claro que a pessoa não faria um sacrifício desses - se bem, que nem se dariam conta de que estariam fazendo tal coisa.


Eu vi dois casos interessantes. Um deles, foi minha amiga que se casou. Ela deixou o cabelo crescer por mais de um ano para poder garantir um penteado satisfatório para sua cerimônia. E agora que tudo passou - casamento, festa, lua-de-mel, ela decidiu que vai cortar. Tremenda mudança. Outra, foi uma strega que, para sua Deusa, além de cortar seu cabelo o entregou para a Deusa no mar. Vale mencionar também uma outra amiga que prometeu o cabelo ao Deus do Mar quando conseguisse chegar a Irlanda.


Acho tudo isso muito bonito. Os casos mais clássicos que eu conhecia eram das grávidas que entregavam seus cabelos à Vesta e Diana para que seus filhos fossem saudáveis e tivessem um bom parto.


Faz dois anos que eu venho deixando meu cabelo crescer. Basicamente para Apollo, uma vez que me disseram que Ele gosta de longos cabelos. E tenho gostado muito dos resultados. Para quem ficou 13 anos cortando o cabelo toda vez que ele perdia o corte, é um tremendo sacrifício. Hoje eu me acostumei e gosto muito... e fico pensando, quando eu sacrificaria meus cabelos, agora mais longos, para minhas deidades... talvez depois que eu me casar =)

6 comentários:

Girassol disse...

Oi Pietra.
Coincidência ou não existem muitas mudanças evidentes na minha vida. E talvez seja essa maturidade que descreveu. Visto que certamente não sou a mesma do ano passado, sequer do segundo que passa. E também, coincidência ou não, sábado fui pro salão e fiz tudo que tinha direito e não discuti quando a moça me perguntou se era pra mudar... simplesmente pedi que fizesse o que achava melhor. E cortei meus cabelos. Será que ainda dá tempo de dedicar esse corte?

Unknown disse...

Acho que sim, porque não?
Afinal de contas, vc sabe agora que pode =)

Nat Sciammarella disse...

Muito legal essa forma de oferenda.
E o engraçado é que sempre que muda alguma coisa significativa na minha vida eu mudo meu cabelo. Posso estar errada, mas é como se fosse um preparo para uma nova iniciação. Como se tivesse que estar diferente para a novidade e ao mesmo tempo me despedir (e agora agradecer e ofercer a divindade) com o que aconteceu.

Carol Carvalho (Carol Yara) disse...

Booooom, nem preciso dizer o quanto eu me identifiquei com esse post, né? Até pq, acho até que me enxerquei em um pedaço dele ali... rs.

Cabelo paera mim sempre teve uma prerrogativa vital: era sempre uma parte do meu corpo que não pertencia a mim. Desde que minha mãe pediu a minha sobrevivência, na hora do parto, para Nossa Senhora Aparecida e prometeu não cortar o meu cabelo até pagar a promessa de me batizar na Basílica em agradecimento; que nunca mais consegueria ter o meu cabelo de volta para mim.

E tudo bem! O meu cabelo são das minhas Deusas e graças a Ele eu também me entrego a Elas. E é justamente por ser no cabelo, o cordão energético da nossa coroa mediúnica e espiritual, condutores de força e de vibração que tenho com ele o meu canal de comunicação. A minha ponte de acesso... o meu barco qaue me conduz até a irradiação das minhas Yabás!

Iony disse...

Acho q vale pensar que deixa-los crescer para a divindade, uma vez q nao se usava cabelos longos, pode ser uma forma de sacrificio, não?

Tenho pensando muito em cabelos, pq eu sou doida pelos meus,onde residiria meu sacrifico?É uma questão....

Unknown disse...

Iony, eu penso que, no seu caso, residiria em não tê-los, saca?

E Carol, sim, eu estava falando de vc!