Segundo post da série sobre culto a Deméter. Para conferir o primeiro, clique aqui.
Fazer pão sempre foi parte das minhas oferendas e do meu culto para Deméter. Primeiro, porque Ela é a Deusa que ensina a humanidade a isso. Segundo, porque seu principal domínio é o alimento. Além de tudo o que eu falei na primeira parte desta série, Deméter é essencialmente a deusa da comida.
Fazer pão sempre foi parte das minhas oferendas e do meu culto para Deméter. Primeiro, porque Ela é a Deusa que ensina a humanidade a isso. Segundo, porque seu principal domínio é o alimento. Além de tudo o que eu falei na primeira parte desta série, Deméter é essencialmente a deusa da comida.
Na Grécia Ela é - ou era- a Senhora dos Trigais. Ela é a mãe do trigo, a responsável pelo seu crescimento. Seu cabelo é retratado como dourado, por essa ser a cor do trigo maduro. E se pensarmos em uma sociedade na qual uma das bases da alimentação era o trigo, faz muito sentido ele ser identificado com uma divindade maternal e provedora.
Aqui no Brasil nós temos uma produção de trigo pequena, se comparada a outros países, concentrada na Região Sul. O clima frio de lá é o único no qual a planta se adapta por aqui. O trigo precisa de um tempo não muito quente, nem úmido demais, e por isso não se desenvolve em outras regiões do país. Então, em uma terra como a nossa, não acho errado cultuá-la como a senhora de todos os grãos, não só do trigo. Principalmente porque a base da nossa alimentação, o arroz e o feijão, são grãos.
Minhas oferendas para ela já comportaram soja, feijão, arroz e milho. E, sempre que possível, carne de porco, já que esse era seu animal sagrado. Segundo Karl Kereny em seu livro "Archetipical Images of Mother and Daughter", sobre os Mistérios de Eleusis, a purificação dos iniciandos era feita com sangue de porco e, depois de morto, o animal era assado e todos compartilhavam da carne. Tem relatos que contam que o templo de Deméter cheirava a carne assada.
Por isso eu sempre prezo pelo alimento nas oferendas de Deméter. E sempre que eu faço pão em seu nome, eu dou para as pessoas comerem. Se eu abro uma cerveja para Ela, separo um copo (que depois eu despejo na terra) para o altar, e o resto eu tomo. Evito ao máximo o desperdício nas oferendas de Deméter. Não acho que a deusa gostaria disso.
Para aqueles que estão começando uma aproximação com essa deusa, eu indico começar pela comida. Agradecê-la na hora das refeições é um primeiro passo. Lembrar Dela quando for cozinhar é outro. Oferecer um gole da sua cerveja para a deusa - pode ser a de cevada mesmo - também é uma boa forma de começar.
O que eu coloquei aqui é apenas um começo. Para se aprofundar no assunto, eu indico o capítulo sobre as deusas mães do livro "O Poder do Mito", de Joseph Campbell.