sexta-feira, 29 de abril de 2011

Why Italians love to talk about food?

Um passeio na Livraria Cultura sempre é profícuo. E andando pela loja de Arte, eu encontrei essa preciosidade. Não é um livro de receitas, mas um passeio por todas as regiões da Itália e suas comidas típicas. Junto com isso, as bebidas e tudo que está relacionado com a comida local, ou seja, toda a cultura. Ser descendente de italiano mostra várias coisas, uma delas, como a comida é importante e como essa coisa cotidiana é também ritual, mágica e nutridora de conversas e de um modo de vida. 

A Itália é um país recente. Porém suas heranças de cidades-estado e principados e mesmo de embates de território contam muito sobre pessoas, lugares, cultos, ritos e entendimentos diferentes. Embora seja bem menor, a Itália é muitas Itálias, como o Brasil, imenso e continental, é muitos Brasis.

Voltando em uma conversa de ancestralidade e espiritualidade que aconteceu há pouco, eu vejo que para quem vem dos italianos - e quem vem de outros povos pode dizer isso depois - a magia popular, o fazer mágico das comunidades e das famílias é uma coisa intrínseca e inexorável das pessoas. Ok, umas ligam mais, outras menos, mas percebo que ninguém se surpreende e sempre se sabe quando falamos de benzer contra mallocchio ou contra dores e tristezas. E esse livro faz umas observações nesse sentindo - muitas aliás.

O livro foi escrito por Elena Kostioukovitch, que traduz os livros do Umberto Eco para o inglês. Ela mora na Itália faz 20 anos e observa bem os meios e cultura italianas. E com tudo isso, tem um livro que fala de comida, cultura, costumes, língua, ritos, ou seja, tudo que faz da Itália, Itália.

Eu quero mt mesmo fazer notas aqui no blog sobre o livro e as regiões e suas particularidades... destaque, até agora, para o capítulo do Azeite. 

O livro tem duas palavras iniciais e um prefácio da autora... e todos eles falam de como a Itália é ampla e quiçá, infinita em seus modos - aqueles que nós, streghe, queremos manter aqui em casa.

Umberto Eco é italiano e fala muito da sua terra em seus romances, preponderantemente n'O pêndulo de Foucault, A misteriosa chama da princesa Lohana e O nome da Rosa. E com isso, ele nos fala que um gourmet não é uma pessoa que sabe o que é e como blini; essas são pessoas cujos paladares não foram corrompidos pelo McDonald's - pessoalmente eu penso a mesma coisa... bom bruxo não é aquele que fala dessa ou daquela deidade, essa é só uma pessoa que não foi corrompida pelas espiritualidades que demandam sua alma e seu salário. Bom gourmet sabe procurar e valorizar a boa comida, e, acima de tudo, compreende a experiência cultural que a comida pode ser.

Também fala da diversidade da paisagem da Itália e com isso, a diversidade de tudo que é italiano... Inclusive quando a autora, Elena, entra no capítulo de azeites, é impressionante a diversidade de uma coisa que, para nós corriqueiramente, pode ser tão simples.

Para encerrar esse posting de introdução, algumas palavras da autora sobre a Itália e seus modos; a tradução é minha:
"Examinar a cultura culinária, é uma forma de encontrarmos o entendimento de sua habilidade de inspirar alegria e criar harmonia. Seja na mesa da família, em um restaurante com os amigos ou em uma conferência internacional - seja onde e como for - a comida é uma conversa e uma língua que está ao alcance de todos, que excita a todos, democrática e positiva. (...) 
Como a linguagem, cozinhar abraça e expressa a cultura de quem os pratica; é uma depositária das tradições e identidade de um grupo."

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Pietra

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