Mais um ciclo de 365 dias se vai. Eu sei que pode não significar muito, afinal de contas, o calendário gregoriano é meio zoneado. Mas, de fato, tem uma energia de renovação no ar. E isso é um sentimento que se propaga em diferentes momentos do ano (?).
Temos o ano novo astrológico - que é o que mais conta para mim - que acontece com a entrada do Sol no signo de Áries, e traz a energia de um planeta regendo o período. A partir de março de 2010, temos Vênus como nossa regente - ADOOOORO!
Temos o ano novo chinês, que esse ano será dia 14 de fevereiro... ano do Tigre.
Temos a ideia de renovação da Páscoa cristå....
Temos o "ano novo celta", que acontece no festival de Samhain.
Temos nossos aniversários...
Ou seja, datas para comemorar, para renovar energias, para fazer planos.
Que um novo e bom ciclo chegue a todos!
quinta-feira, 31 de dezembro de 2009
segunda-feira, 21 de dezembro de 2009
Quando os escoceses trazem a Befana
Nós vemos que esses intercâmbios culturais são tudo de mais lindo!
sexta-feira, 18 de dezembro de 2009
Saturnália
Esse ano festejarei a Saturnália. O festival em honra a Saturno, segundo o calendário dos reconstrucionistas romanos, começou ontem e vai até dia 23 de dezembro.
É a primeira vez que vou fazer isso de maneira séria e organizada. Ok, não tão séria e organizada assim, porque eu estaria fora do espírito da coisa. Essa celebração pressupõe perda de seriedade e inversão na organização dos papéis. Pelo que eu estudei do tema, essa é a base de tudo. Escravos eram servidos pelos seus senhores, as pessoas enchiam a cara, faziam orgias e comiam até explodir. Eu não vou fazer a parte da orgia, porque isso não faz muito o meu estilo, e não tenho um escravo... Mas a parte do beber e comer até morrer eu vou fazer. No fundo, é o que a gente faz todo Natal, né?
Dizem que a Saturnália originou vários costumes do Natal, tipo dar presentes. As pessoas trocavam bonequinhas e velas de cera. Eu estou pensando em fazer algo do tipo para os meus amigos, mas não vou contar aqui senão eles vão ficar sabendo e já era a surpresa. E terá ritual, lógico. Já previ colocar nele uma oferenda para Saturno, enfeitar o lugar com coisinhas natalinas mesmo - tipo guirlanda, imagens de sóis e estrelas, que segundo o site do Nova Roma os romanos usavam nessa data - e comprei uma máscara. E, lógico, vou tomar vinho.
Tem sido interessante essa experiência de cultuar Saturno e preparar a festa dele. É um deus que tem aparecido muito para mim, mas do qual eu tinha medo. Acho que eu fui muito influenciada pela imagem do Cronos grego, que tem todo um preconceito por parte das pessoas. Mas Saturno é diferente. Ele é velho e ranzinza. mas engraçado e desencanado.
E também, no fim das contas, não adianta nada fugir do deus. Só piora as coisas, porque o cara vai aparecer de qualquer jeito, você querendo ou não!
Depois coloco a foto dos presentes de Saturnália que preparei e fala um pouco de como foi o rito. Mas só na semana que vem...
E também, no fim das contas, não adianta nada fugir do deus. Só piora as coisas, porque o cara vai aparecer de qualquer jeito, você querendo ou não!
Depois coloco a foto dos presentes de Saturnália que preparei e fala um pouco de como foi o rito. Mas só na semana que vem...
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saturnália,
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Santa Lúcia
Joanna Powell Colbert, autora do Gaian Tarot, bruxa, nos fala um pouco das comemorações do Dia de Santa Lúcia feita pelo seu grupo.
Elas falam de como se homangeia a chegada da luz, um tema típico dessa época de chegada de inverno no Hemisfério norte. E como essa luz aquece os corações e as casas das pessoas que vão passar semanas banhadas pela neve e pelo frio.
Santa Lúcia pode ser Juno Lucinda, a que traz a luz... senhora do céu.
Também, e ai com uma corruptela no nome, Santa Luzia, a senhora dos olhos, como Juno Lucinda que, carregando uma bandeja de pães, que ganharam, posteriormente, a imagem de olhos, é que traz bênçãos e graças.
" A ênfase nos olhos vem da identificação da mulher siciliana Lucia com a deusa ítala da luz, Lucina ou Lucetia. A Deusa, geralmente mostrada segurando uma lamparina e um prato de bolos, que foram confundidos com olhos. Lucetia também é conhecida como aquela que tem os aspectos da Rainha do Céu romana, Juno. Como Juno Lucina, deusa do parto, ela era tida como a deusa que abre os olhos dos recém-nascidos"
Que possamos abrir os nossos olhos para a luz. Independentemente de ser Verão - cheio de luz e alegria - ou Inverno, como no hemisfério norte. É tempo de aproveitar as graças e as bênçãos da luz que nos invade e, agora, nos oferece repouso, descanço e alegria.
Para ler toda a entrada de blog da Joanna, acesse:
http://gaiantarot.typepad.com/artists_journal/2008/12/more-about-santa-lucia.html
Elas falam de como se homangeia a chegada da luz, um tema típico dessa época de chegada de inverno no Hemisfério norte. E como essa luz aquece os corações e as casas das pessoas que vão passar semanas banhadas pela neve e pelo frio.
Santa Lúcia pode ser Juno Lucinda, a que traz a luz... senhora do céu.
Também, e ai com uma corruptela no nome, Santa Luzia, a senhora dos olhos, como Juno Lucinda que, carregando uma bandeja de pães, que ganharam, posteriormente, a imagem de olhos, é que traz bênçãos e graças.
" A ênfase nos olhos vem da identificação da mulher siciliana Lucia com a deusa ítala da luz, Lucina ou Lucetia. A Deusa, geralmente mostrada segurando uma lamparina e um prato de bolos, que foram confundidos com olhos. Lucetia também é conhecida como aquela que tem os aspectos da Rainha do Céu romana, Juno. Como Juno Lucina, deusa do parto, ela era tida como a deusa que abre os olhos dos recém-nascidos"
Que possamos abrir os nossos olhos para a luz. Independentemente de ser Verão - cheio de luz e alegria - ou Inverno, como no hemisfério norte. É tempo de aproveitar as graças e as bênçãos da luz que nos invade e, agora, nos oferece repouso, descanço e alegria.
Para ler toda a entrada de blog da Joanna, acesse:
http://gaiantarot.typepad.com/artists_journal/2008/12/more-about-santa-lucia.html
terça-feira, 8 de dezembro de 2009
Sombra, de Thalia Took
traduzi do blog da Thalia Took - www.amusedgrace.blogspot.com
Nos últimos anos eu tenho feito muitos trabalhos escuros nessa época do ano. Não no Samhain; não, eu trabalho com vermelhos e laranjas, as cores das folhas que caem, da lua cheia que sobe no pôr do sol. Mas agora, enquanto a espiral segue para Yule e o solstício, e a luz vai diminuindo mais e mais como a objetiva da câmera se fechando, eu quero preto como você não acreditaria.
Nesses últimos anos a prática de acender velas para os feriados de fim de ano tem parecido muito estranhos para mim, errados, e tão, eu não costumo usar essa palavra, blásfemo. Uma pessoa não dá boas vindas à escuridão através do acender de uma vela. Isso parece óbvio para mim, nesses últimos tempos. Talvez eu esteja me tornando velha e cínica e de saco cheio desse espírito natalino com uma alegria forçada. Eu quero me sentar com a escuridão. Isso parece apropriado. Eu não quero me livrar logo dela; isso parece negação, como um medo, como uma ignorância voluntária. É um afastamento preventivo, essa coisa de pular dentro da luz... me parece desrespeitoso, como se fosse ignorar, deixar de lado a realidade da escuridão.
Eu quero me sentar no escuro por um tempo, em quietude. Tempo suficiente, talvez, para que meus olhos se acostumem com isso. Tempo suficiente para que eu possa, talvez, olhar em volta um pouquinho.
Para mim isso tem acontecido, de qualquer forma, e apenas nesses últimos tempos pelo menos. Eu não sei porque minha atitude mudou, mas parece uma coisa tranquila e medida, e não baseada no medo e no desespero ou em depressão de Natal. Talvez eu tenha tido a minha cota de lida com o lado comercial da data, e assim, criar essa forma de negação. Eu não sei.
E nesse ano, eu descobri que quero pintar Styx, a Deusa, Ela do rio negro-azulado, a filha mais velha do Oceano prímevo. Uma deusa negra certamente, mas uma desconfortável; eu nem tenho muita certeza do por quê eu quero fazer um retrato dela. Pois seu nome significa ódio.
Ela é uma figura ambígua ou é, pelo menos, uma feminista radical nela mesma. Ela é uma titânide, uma raça mais antiga que os Deuses, contra os quais, Zeus começou uma guerra pela supremacia. Quando Ele declarou sua guerra, convidou os outros Deuses para ajudá-lo, dizendo a eles que daria status e presentes a quem ficasse a seu lado; e Styx, embora uma titânide, foi a primeira a se juntar a Zeus, indo contra os seus. Por isso, ganhou um rio com o seu nome, um rio sobre o qual os Deuses fazem seus juramentos.
Percebeu? Quando Zeus declarou guerra, o Ódio imediatamente correu para seu lado.
Ela é a própria traidora, esta Styx, embora, claro, descrita em termos gloriosos pelos vencedores que ditaram a história mítica, significando, os Olimpianos, que terminaram dominantes e vitoriosos. Nike, a Vitória, é sua filha, que é, eu suponho, a razão pela qual os olimpianos venceram a guerra, pois quando Styx foi para o lado deles, ela levou sua família com ela. Vitória, filha do Ódio. Algumas vezes fazemos esse reconhecimento, certo?
Mas Styx é uma titânide, e é mencionada por Hesíodo (que trata dos textos mais próximos do começo da história mítica). E a coisa com os Titãs é que eles, geralemente, são pensados como pertencentes de um outro extrato da mitologia, um que talvez fosse parte da mitologia de um povo anterior, que foi assimilado pelos gregos; a guerra mítica entre dois grupos de deuses é uma espécie de representação fossilizada do conflito de dois povos e do jogo de suas tradições. Isso é claramente uma visão simplificada, e verdadeiro apenas em um sentido geral da coisa, mas ainda assim, faz com que eu pense nas raízes de Styx. Quem será que ela foi na verdade?
Eu diria que o seu mito vai ainda mais para traz, como os mitos acontecem quando falamos de atributos dos deuses. Ela sempre foi uma deusa de um rio subterrâneo, e isso é o que ela é em essência. A história de ganhar um rio como recompensa é uma explicação tardia, uma racionalização; o rio sempre foi dela.E também não é comum o fato dela ser uma deusA de um rio, uma vez que a maioria das deidades de rios são masculinas, como uma visita rápida a página de Potami no Theoi.com mostra. Assim, ela é uma rara excessão à regra. E ai, fica a grande dica do quão antiga essa deusa é, ou original, ou até autoctone, nascida daquela terra, uma prova antiga da interação de habitantes locais que não se mudaram, foram apenas adotados. Mas eu não sei.
Ela é, como eu disse, ambígua, e mesmo que seu nome signifique ódio, Styx é tida com patronesse das questões de justiça e verdade. Seu rio é sagrado, e tão poderoso, e Ela sabe disso, que quando os deuses estão mentindo, as suas águas podem envenenar os deuses, e é por isso que os juramentos feitos sobre o Styx são tão poderosos e fortes. Ou, pelo menos, em termos de justiça e verdade para os Olimpianos e Zeus, pois não sei se considero a justiça Dele, a minha.
Eu passei uma noite, não muito tempo atrás, pesquisando sobre Styx, começando com as páginas do Theoi e procurando por questões mais simples. Encontrei ali que existe mesmo um rio, na Arcádia, na Grécia, que se chama mesmo Styx. Demorou um pouco na minha pesquisa para chegar em seu nome moderno e onde ele fica exatamente, mas depois de algumas horas, eu o encontrei e, pensando no que a internet é, não demorou muito para que eu encontrasse uma foto dele. É um tanto dramático, uma fonte alta perto de um penhasco; as pedras em sua base são ásperas e vermelhas e profundas, molhadas... negras. http://www.panoramio.com/photo/22909743, veja vc.
Se eu a pintar, vou fazê-la com os cabelos negros, e longos, e flúidos como deve ser de uma deusa do rio. Ela será vermelha e negro-azulado, r ficará numa sombra. O norte será uma montanha, do submundo, um tipo de sombra que nunca vê o sol, profunda e ambígua e escura.
Quero dizer, se eu a pintar. Ainda não tenho certeza que o farei.
Nesses últimos anos a prática de acender velas para os feriados de fim de ano tem parecido muito estranhos para mim, errados, e tão, eu não costumo usar essa palavra, blásfemo. Uma pessoa não dá boas vindas à escuridão através do acender de uma vela. Isso parece óbvio para mim, nesses últimos tempos. Talvez eu esteja me tornando velha e cínica e de saco cheio desse espírito natalino com uma alegria forçada. Eu quero me sentar com a escuridão. Isso parece apropriado. Eu não quero me livrar logo dela; isso parece negação, como um medo, como uma ignorância voluntária. É um afastamento preventivo, essa coisa de pular dentro da luz... me parece desrespeitoso, como se fosse ignorar, deixar de lado a realidade da escuridão.
Eu quero me sentar no escuro por um tempo, em quietude. Tempo suficiente, talvez, para que meus olhos se acostumem com isso. Tempo suficiente para que eu possa, talvez, olhar em volta um pouquinho.
Para mim isso tem acontecido, de qualquer forma, e apenas nesses últimos tempos pelo menos. Eu não sei porque minha atitude mudou, mas parece uma coisa tranquila e medida, e não baseada no medo e no desespero ou em depressão de Natal. Talvez eu tenha tido a minha cota de lida com o lado comercial da data, e assim, criar essa forma de negação. Eu não sei.
E nesse ano, eu descobri que quero pintar Styx, a Deusa, Ela do rio negro-azulado, a filha mais velha do Oceano prímevo. Uma deusa negra certamente, mas uma desconfortável; eu nem tenho muita certeza do por quê eu quero fazer um retrato dela. Pois seu nome significa ódio.
Ela é uma figura ambígua ou é, pelo menos, uma feminista radical nela mesma. Ela é uma titânide, uma raça mais antiga que os Deuses, contra os quais, Zeus começou uma guerra pela supremacia. Quando Ele declarou sua guerra, convidou os outros Deuses para ajudá-lo, dizendo a eles que daria status e presentes a quem ficasse a seu lado; e Styx, embora uma titânide, foi a primeira a se juntar a Zeus, indo contra os seus. Por isso, ganhou um rio com o seu nome, um rio sobre o qual os Deuses fazem seus juramentos.
Percebeu? Quando Zeus declarou guerra, o Ódio imediatamente correu para seu lado.
Ela é a própria traidora, esta Styx, embora, claro, descrita em termos gloriosos pelos vencedores que ditaram a história mítica, significando, os Olimpianos, que terminaram dominantes e vitoriosos. Nike, a Vitória, é sua filha, que é, eu suponho, a razão pela qual os olimpianos venceram a guerra, pois quando Styx foi para o lado deles, ela levou sua família com ela. Vitória, filha do Ódio. Algumas vezes fazemos esse reconhecimento, certo?
Mas Styx é uma titânide, e é mencionada por Hesíodo (que trata dos textos mais próximos do começo da história mítica). E a coisa com os Titãs é que eles, geralemente, são pensados como pertencentes de um outro extrato da mitologia, um que talvez fosse parte da mitologia de um povo anterior, que foi assimilado pelos gregos; a guerra mítica entre dois grupos de deuses é uma espécie de representação fossilizada do conflito de dois povos e do jogo de suas tradições. Isso é claramente uma visão simplificada, e verdadeiro apenas em um sentido geral da coisa, mas ainda assim, faz com que eu pense nas raízes de Styx. Quem será que ela foi na verdade?
Eu diria que o seu mito vai ainda mais para traz, como os mitos acontecem quando falamos de atributos dos deuses. Ela sempre foi uma deusa de um rio subterrâneo, e isso é o que ela é em essência. A história de ganhar um rio como recompensa é uma explicação tardia, uma racionalização; o rio sempre foi dela.E também não é comum o fato dela ser uma deusA de um rio, uma vez que a maioria das deidades de rios são masculinas, como uma visita rápida a página de Potami no Theoi.com mostra. Assim, ela é uma rara excessão à regra. E ai, fica a grande dica do quão antiga essa deusa é, ou original, ou até autoctone, nascida daquela terra, uma prova antiga da interação de habitantes locais que não se mudaram, foram apenas adotados. Mas eu não sei.
Ela é, como eu disse, ambígua, e mesmo que seu nome signifique ódio, Styx é tida com patronesse das questões de justiça e verdade. Seu rio é sagrado, e tão poderoso, e Ela sabe disso, que quando os deuses estão mentindo, as suas águas podem envenenar os deuses, e é por isso que os juramentos feitos sobre o Styx são tão poderosos e fortes. Ou, pelo menos, em termos de justiça e verdade para os Olimpianos e Zeus, pois não sei se considero a justiça Dele, a minha.
Eu passei uma noite, não muito tempo atrás, pesquisando sobre Styx, começando com as páginas do Theoi e procurando por questões mais simples. Encontrei ali que existe mesmo um rio, na Arcádia, na Grécia, que se chama mesmo Styx. Demorou um pouco na minha pesquisa para chegar em seu nome moderno e onde ele fica exatamente, mas depois de algumas horas, eu o encontrei e, pensando no que a internet é, não demorou muito para que eu encontrasse uma foto dele. É um tanto dramático, uma fonte alta perto de um penhasco; as pedras em sua base são ásperas e vermelhas e profundas, molhadas... negras. http://www.panoramio.com/photo/22909743, veja vc.
Se eu a pintar, vou fazê-la com os cabelos negros, e longos, e flúidos como deve ser de uma deusa do rio. Ela será vermelha e negro-azulado, r ficará numa sombra. O norte será uma montanha, do submundo, um tipo de sombra que nunca vê o sol, profunda e ambígua e escura.
Quero dizer, se eu a pintar. Ainda não tenho certeza que o farei.
sexta-feira, 4 de dezembro de 2009
Preparando o natal
Natal é tradição importante na minha casa. Criada dentro de um cristianismo folclórico e mágico, aprendi a reconhecer a meia noite do dia 24 de dezembro como uma espécie especial de "hora mágica". Onde a fé das pessoas movimenta as coisas e permite que se realizem bençãos e se purifique coisas.
Veio da Itália a tradição dos presépios, e assim foi também em nossa casa. Inclusive, temos guardado um pastor e um camelo do primeiro presépio em terracota que nossos antepassados trouxeram da Itália. O presépio atual, pintado por mim como um presente para meus pais (mesmo eu já sendo pagã há uns bons anos quano o fiz), tem um tom barroco de pintura e é uma cópia de um presépio veneziano.
Tem todas asquelas características de um legítimo presépio popular: espelho que serve de lago, serragem e areia para os tortuosos caminhos que serão seguidos pelos pastores (que chegam à mangedoura na meia noite de 24 de dezembro, quando o menino deus é colocado nela) e os reis magos (que seguem a estrela em papelão pelo fundo estrelado pintado para chegar no dia 6 de janeiro com os presentes) , peças compradas depois (ou herdadas de presépios antigos) que nada tem a ver com a decoração das peças principais. Armar o presépio, independente de religião, é um ato de resistência folclórica. A cada ano, acrescenta-se algo novo, que o amplia, melhora, deixa ainda mais único e mais folk.
E é claro que ele tem sua magia: A oração feita ao montar o presépio para que estejamos juntas no próximo ano repetindo o ato. A ordem cuidadosa com que minha mãe lê a ascendência de seu Cristo. O ato de reunir a todos na meia noite do dia 24 para a cena da chegada do menino deus, colocado em seu lugar pela criança mais nova presente. A movimentação diária das peças, e a chegada trifunfal dos reis magos, com mais presentes, comida e toda a m,ovimentação do Dia de Reis.
Criei o hábito de deixar esmolas nos presépios. Assim como no presépio de casa de vez em quando alguém deixa umas moedas, cada vez que passo perto de um presépio, deixo lá as moedas que eu tiver. Dá boa sorte. Durante o tempo em que está montado, o presépio é um forte ponto focal de energia. Minha mãe deixa de fazer suas orações diante do oratório (ela mantém um altar cristão muito interessante) para faze-las diante do presépio. Já vi muita reza pelos mais variados motivos acontecendo em frente a presépios - inclusive os públicos.
Esta semana, o presépio está sendo tirado das caixas e erigido novamente. Alémd o presépio grande, existem outros. Um pequeno em porcelana, cada figura com pouco mais de 5 cm sobre um móvel, um feito em vidro soprado, dentro de uma bola de natal transparente do tamanho de uma mão.
E o meu, que deixo "montado" no meu larário, cujas peças em ferro fundido são tão pequenas que o presépio todo fica montado dentro de uma caixinha de anel.
A isso se somam árvores de natal, enfeites de luzes, papais Noéis e Befanas, meias, guirlandas. Na árvore de natal, nossa mais recente tradição é que estamos buscando completar o que uma tradição alemã diz sobre os enfeites que não podem faltar nelas: ao menos uma casa, para proteção, um coelho para esperança, uma xícara para hospitalidade, um pássaro para alegria, uma rosa para afeição, uma fruta para generosidade, um peixe para benção, uma pinha para fartura, um coração para amor verdadeiro, uma flor para bons desejos e um Papai Noel para bondade.
Na minha casa, o Natal não é a festa do Cristo (embora o seja para minha mãe). É a festa dos antepassados e das crianças, onde as histórias do passado se mesclam com a alegria do futuro. É hora de comer, beber e se alegrar (e nada mais pagão do que isso), contando histórias dos que já se foram e festejando com os que chegaram agora. É hora de reunir aqueles que importam e presentear não por convenção social, mas para tornar físico o carinho de todo um ano juntos. Na minha casa, tem folhas de hera na mangedoura, e nenhum deus parece reclamar disso.
Veio da Itália a tradição dos presépios, e assim foi também em nossa casa. Inclusive, temos guardado um pastor e um camelo do primeiro presépio em terracota que nossos antepassados trouxeram da Itália. O presépio atual, pintado por mim como um presente para meus pais (mesmo eu já sendo pagã há uns bons anos quano o fiz), tem um tom barroco de pintura e é uma cópia de um presépio veneziano.
Tem todas asquelas características de um legítimo presépio popular: espelho que serve de lago, serragem e areia para os tortuosos caminhos que serão seguidos pelos pastores (que chegam à mangedoura na meia noite de 24 de dezembro, quando o menino deus é colocado nela) e os reis magos (que seguem a estrela em papelão pelo fundo estrelado pintado para chegar no dia 6 de janeiro com os presentes) , peças compradas depois (ou herdadas de presépios antigos) que nada tem a ver com a decoração das peças principais. Armar o presépio, independente de religião, é um ato de resistência folclórica. A cada ano, acrescenta-se algo novo, que o amplia, melhora, deixa ainda mais único e mais folk.
E é claro que ele tem sua magia: A oração feita ao montar o presépio para que estejamos juntas no próximo ano repetindo o ato. A ordem cuidadosa com que minha mãe lê a ascendência de seu Cristo. O ato de reunir a todos na meia noite do dia 24 para a cena da chegada do menino deus, colocado em seu lugar pela criança mais nova presente. A movimentação diária das peças, e a chegada trifunfal dos reis magos, com mais presentes, comida e toda a m,ovimentação do Dia de Reis.
Criei o hábito de deixar esmolas nos presépios. Assim como no presépio de casa de vez em quando alguém deixa umas moedas, cada vez que passo perto de um presépio, deixo lá as moedas que eu tiver. Dá boa sorte. Durante o tempo em que está montado, o presépio é um forte ponto focal de energia. Minha mãe deixa de fazer suas orações diante do oratório (ela mantém um altar cristão muito interessante) para faze-las diante do presépio. Já vi muita reza pelos mais variados motivos acontecendo em frente a presépios - inclusive os públicos.
Esta semana, o presépio está sendo tirado das caixas e erigido novamente. Alémd o presépio grande, existem outros. Um pequeno em porcelana, cada figura com pouco mais de 5 cm sobre um móvel, um feito em vidro soprado, dentro de uma bola de natal transparente do tamanho de uma mão.
E o meu, que deixo "montado" no meu larário, cujas peças em ferro fundido são tão pequenas que o presépio todo fica montado dentro de uma caixinha de anel.
A isso se somam árvores de natal, enfeites de luzes, papais Noéis e Befanas, meias, guirlandas. Na árvore de natal, nossa mais recente tradição é que estamos buscando completar o que uma tradição alemã diz sobre os enfeites que não podem faltar nelas: ao menos uma casa, para proteção, um coelho para esperança, uma xícara para hospitalidade, um pássaro para alegria, uma rosa para afeição, uma fruta para generosidade, um peixe para benção, uma pinha para fartura, um coração para amor verdadeiro, uma flor para bons desejos e um Papai Noel para bondade.
Na minha casa, o Natal não é a festa do Cristo (embora o seja para minha mãe). É a festa dos antepassados e das crianças, onde as histórias do passado se mesclam com a alegria do futuro. É hora de comer, beber e se alegrar (e nada mais pagão do que isso), contando histórias dos que já se foram e festejando com os que chegaram agora. É hora de reunir aqueles que importam e presentear não por convenção social, mas para tornar físico o carinho de todo um ano juntos. Na minha casa, tem folhas de hera na mangedoura, e nenhum deus parece reclamar disso.
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