quinta-feira, 26 de julho de 2007

Éntheos


Quando Roberto Calasso fala, em seu livro As núpcias de Cadmo e Harmonia, sobre as relações de amado e amante, ele fala de uma forma de relacionamento entre homens... entre os mais velhos e os jovens nas acadêmias.


Era um tempo no qual não havia bandeiras ou rótulos... havia papéis sociais nos quais, a medida que cresciam, os homens iam assumindo.


O amante quando tomava o amado para si tornava-se vaso do êxtase de Afrodite e assim, tornava-se éntheos. Isso significa estar cheio de deus.


Eu sinto que esse é aquele momento no qual parece que a nossa pele vai rasgar, que a existência dos Deuses se faz totalmente a mostra nas nossas vidas... Seja da presença emocionante de nossos Ancestrais conosco. Seja pelo jorro de Hades, o grito de Ares, o êxtase de Dionísio ou o "as coisas" de Afrodite... É quando estamos junto com Eles... quando a nossa faísca divina torna-se uma chama.


É uma chuva de pérolas mandada por Afrodite para Ela mesma.


Talvez esse seja o resumo d'A Sacerdotisa: estar éntheos.

2 comentários:

Inês Barreto disse...

Entrei aqui praticamente no momento que vc postou esse texto e me deparo com uma pérola numa boca...

Até esqueci sobre o que eu ia escrever depois desse momento de Deuses!

E essa imagem, mais Afrodite, impossível!

Unknown disse...

hahaha... que excelente... é o momento de deuses meeesmo!