Pharmakeia, do grego, a que conhece ervas. Também palavra para bruxa ou feiticeira. Sim, desde a Grécia antiga, aquela que conhece ervas, seus segredos, remédios, venenos e transformações são das chamadas "bruxas". As mulheres sábias, as que tem um olhar mais apurado para o local que habitam, que vivem-junto.
Algumas deidades têm esse nome, pharmakeia. E, geralmente, quando pensamos nisso imediatamente, vamos para Diana, a Reina del'e streghe ou mesmo, Hekat, a Trívia. Seus atributos de senhoras da magia, de trazedoras das mudanças, de conhecedoras dos caminhos e do mundo selvagem, além de uma ampla iconografia e associações com a Lua, fazem com que Diana e a Trívia sejam "top of mind" quando pensamos nas pharmakeia.
Mas, outras Deusas são assim... Circe é uma. A Deusa dos Cachos Claros. Filha de Hélios e Perseis. Circe se faz muito presente na vida de Odisseus, que chega à ilha de Circe e tem sua tripulação transformada em porcos; transformação que não se dá por um passe de mágicka, mas sim, por drogas, por poções. Circe, a que ajuda Medea a se casar com Jasão e é visitada na Itália. Na Velha Bota ainda, Circe é conhecida como mãe do deus Faunus, por Poseidon.
Outra, é a irmã de Circe, Pasifae. A que Brilha em Tudo. A esposa do rei Minos, mãe do minotauro, Asterion. Pasifae também mãe de Ariadne, a senhora do labirinto, e de Fedra. Pasifae conhecedora das ervas, chegou a amaldiçoar Minos por suas amantes fora do casamento, fazendo que ele ejaculasse escorpiões quando se deitasse com outra que não ela.
O que eu acho muito interessante nessa coisa toda é que, Pasifae é a lua cretense... Circe é uma senhora de uma ilha que trabalha com ervas e drogas e se coloca na posição de conselheira ou de interventora.
Sim, as pharmakeia são como as streghe. Talvez sejamos nós como representações físicas dessas Senhoras Antigas, das Senhoras da Sabedoria da Natureza.