segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Experiências de fim de tempo

Diferentemente dos druidas com quem tenho, intensamente, me relacionado, não enxergo essa época de Samhain como uma de ano novo... Para mim, a pegada é sempre mais uma de homenagem aos ancestrais e de viagem aos reinos espirituais, uma chegada, uma espiada dentro do que é o Hades, por assim dizer.


Tem horas que eu acho que é um momento que mais matamos do que morremos... pelo menos, no meu caso, tem sido assim... E tenho visto muitas mortes. De ideias, de preconceitos, de algumas peças de roupas no armário.


Essa visita aos reinos espirituais me mostraram umas coisas interessantes esse ano. A primeira é que, quando mais próxima do meu espiritual eu puder ficar, mais próxima de mim mesma eu estou... o que me deixa sempre pensando no que fazer no Inverno. Mas enfim... daqui 6 meses eu penso nisso.


A segunda é que eu percebi que o tarot e seus estudos é um instrumento imenso, para mim, para exercitar minha espiritualidade. Tanto para profetisar, quanto para curar. Isso é bom.


A terceira é que a viagem ensina coisas bonitas. Eu ando mais próxima do Ogham celta, que é um oráculo, e tenho aprendido imensamente com esses espíritos-árvore. Aprendi com a hera, a cobrir túmulos; aprendi com a urze, a fazer minha cama matrimonial; estou aprendendo com a avelã sobre a doçura e sobre o conhecimento... aliás, preciso relatar alguns insights sobre isso; e vou aprender com a sorveira mais sobre o meu próprio ofício.


Sol em Escorpião é um tempo. Um tempo de ancestralidade... uma licença poética no meio da Primavera do Sul. E agradeço ao bendito Caronte por me levar, em algumas horas, a reinos distantes e próximos. De me permitir prantear meus Ancestrais. De ver o que vai além de troncos, penas, garras e além do sentimento das pessoas.


5 comentários:

Green Womyn disse...

Eu adoraria conhecer mais sobre o ogham, mas ao mesmo tempo fico pensando que seria mais fácil eu assimilar um oráculo com árvores da nossa terra... Existe algo assim no Brasil?

Luciana Onofre disse...

A vida se faz de desapegos e encontros, nem sempre ambos casam um com o outro..
Deixar ir coisas, fatos, situações faz bem à alma, seja qual for nossa fé...
E a fé anda de mãos dadas com o crescimento..
Parabéns por esse teu ciclo =)

Unknown disse...

Então meninas...
Lú, super obrigada! Lidar com essas coisas até que tem sido uma coisa divertida!

Dani, uma pessoa que está buscando esse conhecimento é a Bandruir do Rio de Janeiro... e sabe, eu penso que sim, existem mts similaridades, mts árvores que não vemos por aqui... mas imagina quanto tempo não é preciso para fazer um oráculo desses... wondering...

Unknown disse...

adorei o texto, pi! mas olha, para nós druidas ñ é só ano-novo, ñ... é tudo aquilo que vc falou tbm =)
homenagem aos ancestrais, viagem ao outro mundo (reino espiritual) e de morte de coisas que ñ servem mais - desde pessoas que "matamos" de nossas vidas, até as roupas que são tiradas do armário e vão habitar "outro mundo". ;)
bom, na verdade, todo ano-novo implica nessas mortezinhas tbm, né? bjosss

Unknown disse...

Não vejo a hora que chegue o Reveillon para eu ver a mortezinha do peru! Adoro peru! hihihii
Bjos e obrigada pela visita, Dé!