terça-feira, 10 de maio de 2011

Why Italians love to talk about food? Veneto e azeite

A região do Veneto é mais conhecida. É onde fica a linda e misteriosa cidade de Veneza... onde os Carnavais mais famosos da Itállia acontecem e onde se respira o Renascentismo.

Quando Elena, a autora do livro, começa a falar da região, sentimos um cheiro que é muito comum no Brasil na época de Semana Santa: o bacalhau, lá chamado baccalá.  Nota curiosa em relação ao cheiro é que, em épocas medievais, era proibido trocar a água do bacalhau mais de uma vez por dia dado o cheiro e uma vez que a água era jogada na rua.

Já em Veneza, a coisa é um tanto diferente (ah, vá?) e as vedetes do lugar são outros frutos do mar... como mariscos, siris e alguns peixes. Até as lagostas, que são importadas, aparecem por ali.

Uma outra especialidade do Veneto são as alcachofras. E são produzidas e colhidas de formas diferentes, dando então, pratos muito diferentes... da pequena alcachofra, da primeira floragem, chamada canarini, até as grandes alcachofras da última florada da planta. Elas podem ser feitas fritas ou com molhos diversos.

Sabe quem também nasceu no Veneto? O famoso carpaccio, nomeado em homenagem ao pintor Vittore Carpaccio. A carne crua congelada para ser cortada bem fininha começou a ser feita para uma senhora que precisava curar uma anemia. E com o tempo, ganhou popularidade, diferentes molhos e carpaccio se torna uma forma de fazer, um jeito de preparo, indo além do prato em si.

Do azeite, temos um universo fascinante! E imenso... e raro! A maioria das regiões da Itália produz seu azeite, porém a forma de fabricação e assim, sua qualidade, faz com determinados azeites sejam extremamente raros e caros, como o da Ligúria.

A tradição do azeite veio dos romanos, e com eles, veio dos gregos. O azeite tem muitas propriedades que o fizerem desde a antiguidade um ingrediente desejável nas casas e na culinária, pelas suas propriedade curativas e de longevidade. O azeite faz parte de rituais e consiste em mitos e em culto a diferentes deuses, proeminentemente, Athena.

"Onde então este óleo é cantado em mitos, tão exaltado e celebrado: o ideal, o autêntico, o óleo tão precioso?
Fica no imaginário coletivo. Nas nossas considerações dos produtos típicos das regiões da Itália, celebramos com muita realidade o azeite, que também reina no consciente daqueles que consomem o "néctar das azeitonas": a ideia de um óleo genuíno, doador de vida, uma linfa natural  que nutre as pessoas, atrelado à fundação espiritual da vida. O ritual do uso do azeite é muito próximo dos sacramentos religiosos, pois o óleo de unção e o azeite são o mesmo. Na hora do jantar, em todas as mesas na Itália, deixando de lado qualquer que seja o rótulo que a garrafa tenha, há um tanto do óleo cerimonial , uma fonte de imortalidade". (p. 33)

Não dá um monte de ideias para oferendas para nossos ancestrais?
E mais ainda, uma noção de como mantemos ou podemos manter tradições? Stregoneria está na cozinha =)

Esses postings estão cada vez mais saborosos! Para comprar o livro, clique aqui!
Bacci per tutti!
Pietra

Um comentário:

Sarah Helena disse...

Aaaa,que coisa gostosa!

E as alcachofras, embora eu não goste, são tradição de família aqui... uma das muitas coisas que vieram com os velhos da Itália... e que os portugueses adotaram... e que ficou, até hoje, como uma das coisas que estão atreladas ao significado da palavra "família".