quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Mãe Lícia, a Lua Cheia

Me deu uma coisa hoje...  eu precisava escrever essas linhas... 

Algumas Deusas tem estado muito na minha cabeça ultimamente (tem estado, irgh, mas é verdade)... Não consigo deixar de pensar nas Senhoras... na Trívia, mas com Ela eu nem me atrevo muito, pois eu sei como é o piado Dela. Me arrepia inteira. E a outra, é a Mãe Lícia. É Leto.

Talvez eu não seja a melhor pessoa para falar sobre Ela mais profundamente, mas estou com algumas impressões que eu gostaria de dividir... de soltar de dentro de mim.

Leto, a filha da luz da lua. Leto, a Lua Cheia... redondinha e resplendoroza. Com aquela barriga repleta dos gêmeos divinos, dos filhos de Zeus. Não tenho como olhar para o céu na lua cheia e não pensar mais nisso.

Mas antes de ver Leto tão próxima, eu pensava na Lua Cheia. Como uma ancestral. Talvez a ancestral mor. Aquela que me viu nascer, viu meus ancestrais nascerem e morrerem. E isso pode ser visto de uma forma ainda mais longíncua. Leto viu seus netos e bisnetos. Asclépios e Higéia, por exemplo e a linha desceu até mim e até os outros tantos filhos de Apollo que andam por essa terra (de) Gaia.

Sempre pedi à lua cheia que seu véu fosse um manto. Um que protegesse do mal, da má vontade dos outros. Leto, em seu véu de rainha, de Senhora, e de modéstia, cuida e protege os filhos. Leto é (um)a Grande Mãe.

Eu, até um tempo atrás tinha algumas iddéias sobre o porque fazer rituais na lua cheia eram importantes. Pela chance de reunião dos ancestrais. Pelo ritualizar a Natureza e os ciclos. Hoje, eu SEI que é mais ainda... é a minha grande Ancestral... é a Mãe de meu Pai... é Leto, a Mãe Lícia, a mãe loba...

Louvada sejas, Leto do véu!

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Com outras culturas


Sarah e eu fomos na festa de ano novo chinês no bairro da Liberdade, SP. Fazia anos que eu estava curiosa com a coisa toda, dos dragões, leões e alfaces. 
A experiência foi deliciosa pq além de conhecer algumas coisas novas, tive o guia abalisado de minha amada filha de Leto... ou seja, ela me explicou coisas como se eu tivesse 5 anos... 
Mas quando embarcamos numa cultura nova precisamos de um pouco desse guia, dessa "tradução" de símbolos e valores. Embora algumas coisas possamos entender, outras definitivamente são estrangeiras.
Entre os orientais eu descobri que rato não é uma coisa tão absurda assim. Ele traz ganhos pela honestidade, mas gosta sim de um joguinho. 
Descobri que a alface (a escolhida por Hera para conceber Hebe) é um símbolo de fartura. E com ela alimentamos um leão. Leão esse que brinca com as pessoas e aquelas que são mordidas, se tornam afortunadas, pois de alguma forma, ganham o toque do animal.
Claro que amamos polenta. Claro que amamos os nossos Deuses. Claro que os honramos até embaixo de chuva. Mas tb como é gostoso qdo nossos pés nos levam às terras dos outros e podemos conhecer mais coisas e nos maravilhar com alfaces, ratos e leões.
Entender uma cultura é ver outros jeitos de fazer a mesma coisa: desejar saúde, fartura e felicidade!
XI NIAM KAUI LE!

domingo, 20 de janeiro de 2008

Objetos e devoção


Hoje eu me peguei pensando em como queremos manifestar as coisas...

De imagens a blogs... de tattoos a poemas... de jóias a pensamentos. Sim, queremos carregar nossos deuses, nossa devoção e fazer com que eles sejam sempre muito reais e presentes.

Eu já pensei nisso de várias formas... de como isso pode se tornar uma forma de criar um consumo desenfreado e, por outro lado, como isso tudo é importante para nos ajudar a entender o que estamos fazendo efetivamente.

Talvez as coisas só se tornem um consumo desenfreado se não entendemos o que estamos fazendo. Ou se ficamos viciados no físico, sem dar atenção à esência da coisa.

Eu tenho tattoos em homenagens aos meus Deuses e à minha crença, mandei vir dos EUA coisas de Apollo desenhadas pela Thalia Took e coleciono tarot. Penso que tudo isso me ajuda a me centrar no que eu sou e no que eu penso, pois consigo fazer meu culto e minhas orações a meus deuses e meus ancestrais sem NADA disso... se minha pele não fosse marcada, se eu não tivesse as cartas ou se não tivesse a bolsa importada, nada mudaria meu amor. Tanto que às vezes, rola de ler tarot sem tarot. Aliás, penso que isso lembra a gente de que precisamos de nós, de nosso coração cheio de devoção e de nossas mentes focadas.

Se podemos comprar e acender uma vela, se podemos fazer uma comida, se podemos desenhar uma imagem, ganhamos complementos.

É o foco verdadeiro... a devoção... os acessórios são... acessórios.

Que nos demos penduricalhos, sem perder a vontade e o amor!


Pietra, assistindo "Da Magia à Sedução" na TNT =)

Feliz Aniversário...



... para o blog, que completa um ano neste fim de semana!

Angitia - deusa das serpentes

Já falei, meio sem querer, sobre essa deusa aqui no blog. Mas na época eu não sabia que ela existia, nem de onde ela vinha. Então, para complementar o texto "San Domenico", deixo uma tradução que eu queria fazer faz tempo sobre Angitia.

A tradução é livre e foi feita a partir de mais um ótimo trabalho da Thalia Took no Obscuro Godess On Line Directory. Para ler o original, clique aqui.

Angitia

Angitia (nome latino da deusa Anagtia) é uma divindade Osci das cobras e da cura, especialmente reverenciada pelos Marsi, uma tribo guerreira que viveu do leste de Roma até os Montes Apeninos (algumas vezes chamados de Colinas dos Marsi) e que falava o dialeto Sabellico*. Ela era famosa por sua habilidade de curar aqueles que foram envenenados, especialmente as pessoas mordidas por cobras. Existia, ainda, a lenda de que esta deusa possuía o poder de matar serpentes através de encantamentos. Os Marsi também possuíam a reputação de curandeiros, magos e encantadores de cobras. De fato, neste tempo, os Serpari, caçadores de serpentes que viviam naquela reigão, eram tidos em alta conta. Em Roma, durante o primeiro século da Era Cristã, as atividades dos Marsi como curandeiros e adivinhos, assim como seu conhecimento da terra, foram consideradas como bruxaria.

Angitia tinha o conhecimento das ervas que curavam, e era honrada em um bosque, chamado de Silva Angitia ou Lucus Angitiae, e em um templo (com um tesouro), ambos localizados na margem sudoeste do Lago Fucinus. Esse lago era largo (mais de 30 milhas de circunferência – cerca de 48 km**), que não possuía nenhuma passagem e que costumava inundar as cidades próximas depois das chuvas da primavera, o que pode ser a razão de ter sido drenado no século XIX. Nesta região também existe a história de Umbro, que foi um sacerdote e vidente lendário dos Marsi. Assim como Angitia, era um curandeiro e um encantador de serpentes; de acordo com a Eneida, o lago Fucinus encheu quando ele foi morto em uma batalha.

Acredita-se que o nome Angitia deriva da palavra angere, que significa “doença” ou “desgraça”, se referindo a sua habilidade de matar cobras, os anguis, “cobra” ou “serpente”. Algumas inscrições mencionam Angitia no plural, como um grupo, as Angitiae (similar a Sulis e as Sulivae) e, em uma inscrição, ela é mencionada como Angerona, deusa do silêncio e do Solstício de Inverno. De acordo com Servius, quem nomeou Angitia foi a bruxa Medea, que voou até a Itália depois que sua a conspiração para envenenar Teseu foi descoberta. Medea é associada com feitiçaria e serpentes ou dragões, por isso ela é associada com a deusa da magia e das cobras dos Marsi.

A atual região de Abruzzo, na Itália, terra natal dos Marsi, ainda é associada com cobras. Lá é celebrada a Festa dos Serpari. Esta celebração, primeiramente mencionada na Idade Média (mas muito mais antiga), é comemorada na vila de Cocullo (cuja população é de 316 habitantes) na primeira quinta-feira de maio. Os Serpari são uma fraternidade hereditária de encantadores de serpente, responsáveis por conduzir o festival.

Em algum momento próximo do primeiro dia da primavera, os Serpari capturam as cobras (a maioria delas de uma espécie calma e não venenosa), e a trazem para a vila, onde suas presas são removidas. Eles a prendem em caixas de madeira ou terracota e as tratam bem até o festival. No dia da festa, os peregrinos se encontram na igreja de San Domenico. Acredita-se que, assim como Angitia, o santo tem poderes de cura, especialmente em se tratando de mordidas de cobras e de cães raivosos e de dores de dentes. Depois da missa, a estátua do santo é carregada em procissão, e coberta com cobras vivas. A procissão é seguida pelos Serpari e por outros fiéis, que também seguem cobertos de serpentes. Em uma tradição mais antiga, as serpentes são mortas e comidas em um banquete, mas hoje elas foram substituídas pelo pão em formato de cobra – alguns representando cobras de duas cabeças. Nos dias de hoje, elas não são mortas, mas soltas de volta no bosque quando o festival termina. A propósito, os dentes das cobras continuam crescendo e, em média uma semana depois, dependendo da espécie, suas presas voltam ao normal.

Angitia é representada nesta figura com várias cobras rastejantes, na frente do Arum dracunculus, descrito pos Plínio como sendo uma cura para mordidas de cobra, com as Colinas dos Marsi ao fundo. O desenho foi feito com lápis aquarela.

Nomes alternativos: Angizia, Anagtua, Anagtia Diiva, Anguitia, Anguitina, Angitia; Ancet, uma deusa da cura dos Paeligini (outra tribo da mesma região**) que é provavelmente a mesma divindade com um nome traduzido para o dialeto deste povo. É quase certo que a Bona Dea romana é a mesma deusa, e seu festival também era celebrado nos primeiros dias de maio, assim como o de São Domenico.

Angitia também é associada com a feiticeira grega Circe.

__________________________________

*Sabellan, no original em inglês. Não encontrei o nome correspondente em português.

** Nota de tradução.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Atualizações no site Stregoneria Brasileira

Textos:

- Magia Vernacular: o texto da profa. dra. Sabinna Magliocco falando sobre o estabelecimento das tradições de magia italiana.
- Pesquisa de material didático: algumas dicas sobre como estudar e pesquisar.

Práticas:

- Magia de amor: algumas idéias pessoais sobre esse tipo de prática.
- Aprendendo com os arcanos: e um pouco do exercício de tirar uma carta de tarot por lunação.
- Coisas que pegam e coisas que não pegam: e sobre como podemos (ou não) nos desequilibrar com o desequilibrio alheio.

Agenda:
- Tarde esotérica no dia 9/02.

Links:
- The Magician' s Table: sobre tarot.
- Uma nova reportagem sobre coisas de ano novo no Guia da Semana.
- Quiroga.net: site do melhor astrólogo do Brasil.
- Gaian Tarot: para conhecer um approach diferente para as cartas.

Visitem!
www.stregoneriabr.com

Dúvidas? Críticas? Sugestões? Escreva! dichiaroluna@yahoo.com

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Meditação de Ceres

Ceres é a Deusa romana da colheita. Seu culto foi sincretizado com o da grega Deméter e, depois de um tempo, ambas passaram a ser a mesma divindade. Ela é a deusa do trigo, da colheita, do trabalho na terra. E, acima de tudo, ela é a deusa do alimento. Ceres ensinou os homens a plantar e a fazer o pão.

Esta meditação, proposta pela artista plástica Thalia Took em seus trabalho com Ceres, nos fala exatamente sobre isso: qual seu tempo de colher? Quem ou o quê você vai alimentar com o trigo colhido?

"Fazer o pão é um processo alquímico; o trigo é colhido do solo, então é misturado com os ingredientes certos nas medidas apropriadas, amassado, deixado sozinho por algum tempo, e só então vai ser assado - com uma temperatura apropriada. Esta meditação questiona: o que na sua vida precisa ser cortado e o que você pode fazer com isso?

Imagine que você está em um campo repleto de trigo dourado, que balançam com a brisa do verão. O vale em que ele cresce tem um nome: qual é? Isso te mostrará em que parte da sua vida ele está localizado.

Você anda pelo campo até encontrar um único trigo que está pronto para ser cortado. Você o faz, e agradece por ter feito parte de sua vida. Como ele se chama? O que você fará dele? Você fará pão, ou plantará algo no lugar? Quem você vai alimentar com ele?"

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

2008, ano da Roda da Fortuna

Feliz janeiro, todo mundo!!

Este ano somos 10.

Somos a Roda da Fortuna.

E isso pra todo mundo. Tudo bem que a gente tirou uma carta pro semestre na passagem de 2007 para 2008, mas temos essa energia, a da Roda que será presente durante o ano.

Tudo bem que a maioria de nós nem acha que agora foi ano novo e que isso vem em março, mas de qqualquer forma, temos um número que vamos repetir mt durante os 366 dias a vir, então acho que vale a pena dar uma pensada nesse caminho, nessa orientação que A Roda da Fortuna trás.

Sem olhar em lugar nenhum, assim, from the top of my head, eu penso na Roda como uma energia de desafio. A imagem clássica da roda tem uma esfinge no seu topo e sempre que ela aparece, traz um enigma. Eu sinto que esse enigma é o pulo do gato da carta, pois uma vez que conseguimos ir além da obviedade da situação., crescemos, evoluimos, subimos.
Muita gente pensa na Roda como uma virada do destino. Acho que sim, tem muito de destino ai... mas não como A Justiça, que corta e racionaliza onde tem de ser, A Roda te leva de encontro ao destino, justo ou não...

No tarot mitológico lá estão As Moiras a nos olhar, a tecer o destino das pessoas... terminando suas vidas com o passar da tesoura. Penso que ajuda a nos concetrarmos no que temos de fazer pra valer, de conseguir ir além das trivialidades e fazer o que interessa fazer, antes que as Moiras cortem o fio.

Penso assim que 2008 tenha uma energia que proporcione olhares mais profundos na realidade e de soltura de nós... Mas que só acontece com uma compreensão maior das coisas. É qdo passamos pela esfinge. E se olhamos as coisas com mais clareza, com mais entendimento, nos damos espaço para ir mais longe, para fazermos o que precisa ser feito, mas também o que queremos fazer... É uma chance para entender coisas e mudar como elas funcionam.

No site Tarot Teachings , eu peguei algumas idéias para pensar o caminho d'A Roda da Fortuna:

Palavras-Chave para entender A Roda da Fortuna
Mudança
Possibilidades
Mudanças
Destino
Revolução
Consequência

Algumas perguntas para nos fazermos ao longo do ano:
Você se sente com sorte? Por quê?
Como você lida com a mudança?
Como se sente a respeito da sorte ou de possibilidades?
Se você acha que mudanças são ruins, sabe por que pensa isso?
Você pára para pensar nas consequências de ?seus atos, pensamentos e palavras?

Imagem; Shadowscapes Tarot http://www.shadowscapes.com/