sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Cala boca já morreu, quem manda em mim sou eu!

Eu perdi a conta de quantas vezes eu disse, pensei ou ouvi isso. Aliás, como parte docente de um colégio com muitos discentes, eu ouço um desses, em diferentes versões, todos os dias.

E, num desses dias, eu me peguei pensando numa coisa dessas.

Não necessariamente sobre a educação das pessoas, também, mas sobre o lance da liderança sobre outros. Existem crianças que são líderes natas. Elas juntam os colegas ao seu redor e acabam fazendo, com seu carisma, com que as outras repitam idéias dela, façam o que ela quer ou mesmo façam em nome dela. Acho isso impressionante. E, é dado que isso se leva para a vida adulta das pessoas.

E assim, nascem os líderes. De nações, religiosos, de empresas, de empreendimentos. Existem pessoas que conseguem mostrar e, às vezes, impor, seu jeito de pensar. E não que o façam por mal, mas sua energia envolve e suas idéias apelam às pessoas... algumas vezes, à muitas pessoas.

Eu venho observado muitas coisas esses últimos anos. E decidi que já me viram como líder. Eu não quero ser líder. Na verdade, eu gosto e preciso organizar as coisas, mas eu não quero seguidores. Nunca quis.

O que eu acho importante é sim que as pessoas se organizem. E que se juntem entre pessoas afins. Mas não faz sentido que se formem "igrejas" pagãs, com grandes rebanhos. Aliás, me pergunto se pagãos são arrebanháveis. Talvez sim, talvez não.

Eu entendo a necessida de quem está novo, verde nesse caminho de ter pessoas a quem olhar, a quem procurar quando precisam de orientação. E acho inclusive que um dos meus papéis como uma pessoa que produz um podcast, escreve textos na web e mantém um site, é mesmo de manter as pessoas informadas e ajudá-las a formar uma opinião. Sim, entendo meu papel de formadora de opinião, mas, além disso, eu rejeito qualquer tipo de idéia sobre uma liderança espiritual ou religiosa. Não sou madre, pastora, papa. Sou uma bruxa com algum (pouco) tempo de janela, que me permite me exprimir. E mais ainda: essa expressão não necessariamente reflete o pensamento de quem anda a meu lado. Em nenhum aspecto.

Por isso, faço um manifesto a quem pode pensar como eu e digo: nos livremos da cabeça alheia e façamos a nossa própria. Porque não existe mal algum em concordar com alguém e também em discordar.

Eu quero ter liberdade de andar em blogs, sites, podcasts e fóruns e não deixar uma impressão que estou "espionando" ou criticando. Não. Pelo contrário: como educadora, eu tenho curiosidade de saber o que tem na cabeça das pessoas. Dar dicas, idéias, aprender coisas novas. Para isso existe nosso mundo virtual. Para isso existem tantos encontros pagãos no Brasil.

Isso para mim é Paganismo Livre. É andar sem lideranças formais... é andar com as próprias pernas e cabeças e estar junto de meus pares, observando e admirando o que os outros fazem.

Do mais, beijo! Me liga. (Marco Luque, CQC da rede Bandeirantes de Televisão)


Pietra

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