sexta-feira, 4 de julho de 2008

A Chama e o Inverno

Fiz esse texto lá para a lista, mas deu vontade de vê-lo por aqui também. São algumas reflexões sobre a ligação entre o Inverno e a Chama Ancestral de nossos altares.

Estamos chegando na metade do Inverno. O Sol vai ficando cada vez mais forte e o frio vai passando – pelo menos aqui no Sudeste do Brasil. Isso significa que, daqui a pouco, a Primavera começará e, para muitas sociedades agrárias, chegaria a hora de arregaçar as mangas, cuidar da plantação e pensar na colheita do Verão.

Por aqui, olhando pela janela para a Avenida Paulista, estou sentindo o solzinho mais forte e pensando, com minhas queridas amigas, o que podemos fazer para celebrar esse período. E o que ocorreu para nós, apesar de algumas diferenças, foi o retorno do fogo, a inspiração, a renovação e o calor. E pensamos em Vesta (ou Héstia). O que imediatamente me remete à chama ancestral dos nossos altares.

Segundo muito do que li sobre a prática da bruxaria dentro das tradições italianas, muitas streghe usam uma chama no centro do altar, para lembrar os ancestrais. É o fogo, o sangue que mantém viva a chama da tradição - e acho que tem gente que pode falar disso melhor do que eu...

Nos meus ritos, sempre há essa chama no centro do altar. Ela é dedica à Vesta e fica aos pés de Júpiter, entre os dois deuses principais do meu culto, Ceres e Marte. Ela representa essa chama, esse elo que me liga aos meus ancestrais, próximos ou distantes, de sangue ou de alma - os que vieram antes de mim e mantiveram a tradição viva, de maneira que eu pudesse, hoje, estar na presença dos deuses graças ao legado deles.

Todo o fogo do altar sai dali, tanto das velas dos deuses quanto do fogo que acende o incenso. No pequeno caldeirão de Vesta é onde queimo as oferendas dos deuses. Além do altar, tenho também um caldeirão para ela no centro da casa e, de vez em quando, uma vela na cozinha. Para esses dois, o fogo sai do fogão, não da caixa de fósforos.

E aí? Qual a sua relação com a chama que alimenta nossos altares e nossa ancestralidade?

4 comentários:

Unknown disse...

Eu não gosto de inverno... na verdade, eu não gosto de frio, mas gosto do sentimento de proximidade que o inverno traz... de sentar na cozinha e fazer sopa gostosa para a família e os amigos... hmmmm

Anônimo disse...

Apesar de sentir dor, gosto do inverno e das suas comidas quentes , um vinho meu amor do lado rsssss, meus filhos na cama. O ar da casa fica com cheiro de bolo e capim cidreira, o vinho quente ...é tão bom.É a forte presença de Vesta na nossa casa. Beijos meninas . Trio
PS- Amo sopa.

DarkWill Shadowdance disse...

Acho que além de reunir a família, o Inverno e Vesta trazem purificação!!!!Amo Inverno e Frio até pq vivo num lugar que quase sempre é calor e muito Sol,assim sempre que surge um pouco de frio é luxo que só,rs!!!
Vinho,conhaque nesse tempo frio é tudo de bão!!!
Ave Héstia, Virgem Eterna do Fogo Sagrado!!!

Unknown disse...

Aliás, eu fico imaginando o que é frio no Nordeste...