segunda-feira, 31 de dezembro de 2007
O que pega?
O que será que pega?
"É dado que os ítalos sempre tiveram uma grande preocupação com as questões de encantamento, inveja, mal-olhado. Para tanto existe inclusive a palavra malocchio. Deles vem um grande compêndio de como cuidar dessa questão que pode afligir as pessoas de forma física ou espiritual. Amuletos, talismãs, rezas, feitiços e benzimentos são muito conhecidos entre as famílias que têm essas práticas para lidar com o olho alheio."
Para ler, clique aqui!
segunda-feira, 17 de dezembro de 2007
Para conhecer um pouquinho de Hécate
Primeiro, porque as três partes da história são ótimas e eu sou uma pessoa que adora histórias. Adoro lê-las e adoro contá-las, talvez por isso eu tenha feito jornalismo. Segundo, porque o Hermínio é uma pessoa que sabe o que está fazendo e vocês podem confiar que o que está lá é verdade - não é invencionisse de um cara que caiu de pára-quedas e imaginou tudo.
Terceiro, porque Hécate é uma Deusa que mexe com a gente. Tanto que existe muitos cultuadores da Trívia por aí... eu, para falar a verdade, não me atrevo. A energia Dela não é parte da minha natureza - não que eu saiba - apesar Dela ser bem chegada com a minha querida mãe Deméter. O pouco contato que tive com essa Deusa maravilhosa foi intenso. E nesses poucos momentos sob a bênção de Hécate, eu senti uma coisa sobre essa Senhora tão imensa que me pegou: Ela é imensa!
Ela tem três em uma. Ela tem jovem, mãe e velha. Ela tem grito de coruja. Ela tem um poder que perspassa (suavemente ou não) outras Deusas. E Ela é morte. Não como a diaba que pintam, a tal "deusa negra" que querem que Hécate se torne, mas é a energia da morte, do cruzar o caminho, da encruzilhada... não a vejo como a vovozinha doce que algumas pessoas vêem, mas a vejo como um poder imenso!
Mas essa é a minha visão. Cada um sente os Deuses da sua forma, apesar Deles terem as suas próprias Naturezas, que são imutáveis.
p.s.: a imagem é - lógico - da Thalia Took.
quinta-feira, 29 de novembro de 2007
Coisinhas
Esperamos que gostem! :)
terça-feira, 27 de novembro de 2007
Viver o mito, ser o mito
Sinto que isso é uma coisa que vai muito além de ser filhos desse ou daquele Deus e/ ou termos essa ou aquela crença. O que eu sinto é que, quando nos propomos a efetivamente aceitarmos o que somos e assim, aceitamos nossa herança em sua totalidade, passamos a enxergar as coisas de uma forma mais clara. Nessa hora, vem o clássico, "Noooossa... como eu não me dei conta antes" e parece que os mitos da sua deidade e a sua se entrelassam magickamente.
Quando eu abro meus olhos, quero que eles encontrem a árvore... o loureiro...
Ave, Phebo!!
quarta-feira, 21 de novembro de 2007
Ler tarot sem tarot
segunda-feira, 12 de novembro de 2007
A perfeita vida pagã - de Cássia Larrubia
Nada mais me atrapalharia, tiraria meu sono, me faria chorar. Forte como uma rocha, eu seria profundamente intuitiva e saberia com antecedência o rumo da minha vida, flutuando por ela.
A realidade se tornou bem diferente".
Um ótimo pensamento como nos reconstruímos dentro da nossa prática...
Para ler integralmente, clique aqui!
Praticidades e praticalidades do nosso culto
E todos tem uma coisa seriamente em comum: sempre acontecem como se fosse uma festa. Com roupas especiais, maquiagem, preparação de altar, comidas, oferedas... Tudo planejado para ser uma união entre o terreno e o divino. Um momento no qual as chamas internas crescem e somos tomadas pelo fogo dos nossos Deuses.
Porém, na louca vida paulistinha, paulistana, paulista-sul-sancaetanense, nem sempre podemos fazer as grandes festas que nossos Deuses e Ancestrais merecem. Tem dias que a Lua Cheia cai em plena quinta-feira de rodízio. Para mim, é aqui que entra a praticidade do nosso culto.
Sim, pq nem sempre uma magia pode esperar a próxima lua cheia... O que se faz?
Senta-se na cozinha e faz- se um chá, uma oração, uma oferenda.
E por que isso funciona como as festas?
Porque nas festas fazemos nosso contato e com as pequenas homenagens e bênçãos que fazemos e carregamos em nosso dia a dia, tenho a impressão que os Deuses passam a nos olhar com boa-vontade.
Servir aos Deuses, fazer uma homenagem digna da grandeza Deles, nos ajuda a entender a Natureza Deles e assim, ganhamos em confiança... nos tornamos efetivamente seus filhos.
Orações, ofertas de incenso, chás e ervas... rezas e a bendição de Seus nomes... é assim que com o tempo e a sinceridade dos nossos corações, os Nossos Deuses nos ouvem, nos sorriem e, algumas vezes, literalmente, nos tocam =)
sexta-feira, 9 de novembro de 2007
Eu me pergunto...
A paciência que os Deuses me deram já era pouca... está se acabando...
quarta-feira, 7 de novembro de 2007
Atualizações do site
Textos:
- O caminho de Glauco, que reflete um pouco sobre como vamos iluminando nossos caminhos;
- FAQ, com perguntas q eu e a Inês ouvimos frequentemente;
- Falando sobre bruxas, que fala um pouco do processo interessante de explicar pra alguém novo, ou de fora, o que fazem as bruxas.
Práticas:
- Anos novos, que pensa um pouco sobre as passagens...
Agenda, com a colocada aqui no blog...
E links... mais links interessantes!
Confiram e querendo conversar, é só escrever!
quinta-feira, 1 de novembro de 2007
A cozinha da Rue a gente
Achei que ela não iria me responder, que seria mais uma mensagem perdida na caixa de alguém que eu conheço só de ler o site e as postagens no fórum Stregoneria Italiana. Mas não! A Rue me respondeu, deu sua autorização para traduzir o material do site e, ainda por cima, elogiou o nosso blog, dizendo que a forma de entender a stregheria que relatamos aqui é bem parecida com a dela.
E para inaugurar a autorização super legal da Rue, coloco um trecho de um texto dela que eu traduzi chamado "Rue's Though About Benedica and Stregoneria". Em português, o título seria algo como "Idéias da Rue Sobre Benzimento e Bruxaria".
"A melhor definição para minha prática é Magia Popular Italiana [no original: Italian folk healing/magic]. Eu não entendo o termo stregheria em um contexto religioso. O que eu pratico pode ser definido como stregoneria, que significa magia, feitiçaria, magia popular. Eu não sou wiccana. Wicca é uma religião. Stregoneria, não.
Para aqueles que ainda são céticos, magia é real. Os “feitiços” tecem uma tapeçaria em outro plano de existência e fazem com que a sua vontade retorne para morder seu traseiro se você não for cuidadoso, ou se for egoísta e irresponsável. Você conseguirá exatamente o que pediu. Mamãe e papai não estarão lá para corrigir seu feitiço, caso não seja bem isso o que você quis dizer.
Magia popular italiana é um jeito de viver. Você não tem que nascer em uma família de bruxos, você pode ser o único bruxo da sua família. Você não tem que ser iniciado em uma organização, não existe organização. Você está sozinho, a não ser que exista um praticante mais experiente para te colocar embaixo de suas asas. (...)"
Em breve, pretendo trazer mais coisas por aqui!
Thanks, Rue! ;)
quarta-feira, 24 de outubro de 2007
Estatuas que pulsam
terça-feira, 23 de outubro de 2007
Encontrando Ares
Não tenho idéia de que horas eram. Devia ser mais de meia noite, já. Mas as horas não andam naquela casa. Ou se andam, nós não percebemos.
Ninguém estava por perto, nem os gatos. A imagem estava fria quando eu a toquei, mas não foi uma sensação desconfortável. Saudei sua imagem como a representação da própria divindade, dona daquela casa. Mesmo de pedra, ela me pareceu viva – não só nesse dia, mas desde o primeiro momento que a vi. O rosto voltado para o lado, a armadura, o capacete com penas...
"Marte do capacete de ouro,
Marte do coração indomável,
Marte do escudo,
Marte salvador das cidades,
Marte encouraçado de bronze,
Marte da mão poderosa"
Eu abracei a representação do meu pai. Enconstei minha cabeça na sua e chorei. Não com tristeza, mas com gratidão. Me surpreendi por isso, achei que Ares não me faria chorar como Deméter faz.
Mas ali, abraçada à sua imagem, sendo recebida em sua casa, eu chorei. E agradeci muito. Por tudo o que Ele tem feito por mim, pelo homem maravilhoso que divide sua vida comigo (e que também é Seu filho), por todas as formas belas através das quais ele tem se mostrado a mim, pela proteção sem limites que ele me trouxe, por ter sido aceita como sua neta e filha. Por tudo, eu agradeci a Ares.
E eu sei que Ele me ouviu. E eu sei que ele me protege e está comigo. Porque eu sou protegida pelas armas de Ares. Porque Ele é lindo. Porque Ares toca meu coração como nenhum outro Deus tocou até hoje. Porque eu sou forte como Ele e, com ele, sou melhor.
Viver esse sentimento e sentir essa proteção é a verdadeira magia...
Os versos que ilustram
esse texto saíram do “Hino à Marte”
traduzido pelo Hermínio em
sua coluna no Tribos de Gaia.
quinta-feira, 18 de outubro de 2007
Árvore Genalógica
Quando se fala de ancestralidade, para muita gente o assunto é nebuloso. Família é um conceito bem complexo, e se existe uma ferramenta que ajuda uma barbaridade no nosso envolvimento com nossa ancestralidade é a construção de uma Árvore Genealógica.
Não simplesmente pela árvore em si, mas pelo conhecimento e contato que se consegue enquanto se faz a construção da dita cuja.
Inicialmente, uma árvore vai ser um gráfico onde se coloca os nomes das pessoas, suas datas de nascimento, casamento e falecimento (se houverem), os locais onde as pessoas nasceram e morreram e se casaram. Mas muito mais que isso, construir a árvore significa começar a encontrar documentos e fotografias das pessoas, conversar com as pessoas mais velhas da família (anotando ou gravando isso), conhecer as histórias pessoais de muitos deles. E no fim, o que seria um gráfico se torna um bocado de cadernos, folhas impressas, arquivos, álbuns de fotos, contando a história dos que vieram antes de nós.
Nem sempre se consegue preencher as lacunas da árvore todas. Nem sempre a gente sabe o nome do parente que conhecemos uma história. A Árvore vai se tornando uma colcha de retalhos, e quanto mais longe se vai, mais vão ficando lacunas. É um trabalho que vai se estendendo sem final, e que vai ficando maior conforme temos mais ou menos tempo para nos dedicar a isso.
Para começar uma árvore, a primeira coisa é marcar onde você está nela, e colocar as informações dos seus parentes de primeiro grau: pai, mãe, irmãos. Se não souber algum nome, coloque o que souber: ( por exemplo, “irmão, nascido em 1945, em Smallvile”), muitas vezes as informações vão chegando depois. Coloque os nomes dos avós, dos tios, dos primos. Comece por aquilo que você sabe de cabeça. Coloque as datas que souber.Não se preocupe ainda em fazer em forma de gráfico. Vá fazendo uma lista. Existem programas e sites que podem fazer o gráfico pra você.
Eu, em particular, tenho feito o seguinte. Aquelas pessoas que não fazem parte da família de sangue, mas são “agregados” (e minha família tem muito disso), eu anoto também o que eu souber.
Então, vem a parte mais gratificante e mais maluca. Começar a perguntar, entrevistar os parentes vivos. Sempre tem alguém que conhece mais histórias. Outro que tem algum documento guardado. Ou umas fotos. Xeroque e tire cópias de tudo que puder. Anote quem são as pessoas nas fotos. Se tiver algo escrito no verso da foto, xeroque também. Eu tenho a caligrafia da minha tataravô, linda, “Minha photo, para todos berem e depois o Manuel fique com ella”, de uma foto tipo cartão postal que ela mandou de Portugal. E tenho a filmagem da minha bisavó explicando sobre como era a escola no seu tempo de menina. E ensinando a fazer pamonha (a família do meu pai se reunia toda para fazer pamonha, com sacas e sacas de milho).
De repente, aquelas pessoas que eram totais desconhecidos passam a ter histórias. Sei que a Angelina era muito brava e centralizadora, sei que a Maria Júlia ria como criança, era doce, meiga e dizem que herdei dela esse fascínio pelas histórias folclóricas, que o Manuel disse que ia casar com a Judith quando ele tinha doze e ela seis anos. Que a vó Odília fugiu levando a vó Mercedes, minha bisavó, porque o marido era muito ruim e ele colocou gente armada perseguindo ela por seis anos até conseguir reaver a filha.
E então, quando eu estou rezando em frente ao meu oratório, essas presenças se descortinam com muito mais facilidade em minha mente do que antes de eu começar a buscar por eles...
Para começar...
O site Ancestry é em inglês, mas muito bom para montar sua árvore on line. E ovcê pode convidar outras pessoas da família, via email, para participarem da construção.
Aqui, algumas informações bem úteis.
E lembrando que os Mórmons tem um registro genealógico gigantesco que qualquer um pode pesquisar...
terça-feira, 9 de outubro de 2007
Astrologia e Horóscopo
sábado, 6 de outubro de 2007
Grupo - Stregheria Pratica
Sejam bem-vindos ao grupo Stregheria Pratica!
http://br.groups.yahoo.com/group/stregheria_pratica/
sexta-feira, 5 de outubro de 2007
Stregheria Prática na Marie Claire
domingo, 30 de setembro de 2007
Stregoneria Brasileira
Textos no Tribos de Gaia
O meu, "Visões comuns sobre a Bruxaria Italiana", faz uma micro investigação sobre como as streghe terminaram com certas famas, como serem adoradoras de Diana...
O da Inês, "Cisma ou Amor", fala de como uma devoção pode se tornar uma coisa não pensanda... e assim, sem sentido.
Claro que existem outras atualizações... então, confiram e divirtam-se!!!
quarta-feira, 12 de setembro de 2007
Do respeito e da Didática com o Outro - texto da Dançarina da Lua
O link segue aí ao lado, parte da nossa seção "Nós recomendamos"... ;)
quarta-feira, 5 de setembro de 2007
Lararium - Deuses
segunda-feira, 3 de setembro de 2007
Lilith é a Mãe! - de Gwydyon Drake
O texto é do Gwydyon Drake e está no site do Tribos de Gaia! Have fun!!
quinta-feira, 30 de agosto de 2007
Lúcifer, fire from Heaven
Salve, Eósforos! Nos traga luz e inspiração!
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Por Marcos Torrigo
Revista Sexto Sentido
Ano 5 - Número 54
Por milênios, uma figura tem suscitado diferentes emoções no imaginário ocidental, em especial nos domínios da cristandade.
Esta figura é Lúcifer, o arqui-demônio, Senhor das hostes infernais, tentador e inimigo mor da humanidade, o mais belo Anjo, precipitado no abismo por sua soberba. O fogo divino, o brilho do Sol, o Logos transubstanciado no fogo infernal, o fogo que redime transformado no fogo da danação eterna.
Mas o quanto disso é real, ainda mais quando estamos abordando o terreno movediço do mito, da religião e, por conseguinte, da demonologia. O nome Lúcifer é composto pelo prefixo indo-europeu Leuk, que determina um ser luminoso, claro e puro, origem da palavra lux e, consequentemente, de luz e lucidez. O sufixo latino fero, por sua vez, significa trazer, portar.
Lúcifer (Eósforos, Fósforos) dos romanos, filho de Zeus e de Aurora, era o deus que anunciava um novo dia. É conhecido como o portador do Archote, da Luz, o que anuncia a vinda do Sol , a estrela-d'alva. Na astronomia, é o planeta Vênus que se torna visível nos crepúsculos. No nascer, é conhecido como a estrela d'alva e, no poente, como Vésper. Vênus é a deusa do amor em todas as suas formas, aparentada com as mesopotâmicas Ishtar e Inanna.
Lúcifer nunca foi tido por maléfico, muito menos associado com as potências infernais, tanto é assim que havia um bispo em Cagliari chamado Lúcifer, que viveu por volta do ano 300 E.V.* fundador do Luciferianismo. A atribuição de Lúcifer como Demônio e Anjo caído veio depois, e foi criada pelos "pais da Igreja". A Igreja adaptou a sua maneira passagens do Antigo Testamento para serem atribuídas à Queda de Lúcifer. Eles "interpretavam" (hermenêutica) as escrituras do Antigo Testamento pelas do Novo Testamento.
Desta forma, passagens do Novo Testamento, como: "Mas ele lhes disse: Eu vi Satanás caindo do céu como um relâmpago" (Lc 10: 18), influenciaram o Antigo Testamento: "Como caíste do céu, ó estrela da manhã, filho da alva! Tu que destruía as nações! Tu dizias em seu coração: Subirei ao céu, acima do firmamento das estrelas de Deus, exaltarei meu trono, e no monte da congregação me sentarei nos limites do norte. Subirei acima das nuvens mais altas, e serei igual ao Altíssimo. Em verdade fosse precipitado para o reino dos mortos, no abismo mais profundo.
(Isaías 14: 12 a 15).
Essas passagens de Isaías eram destinadas ao célebre rei babilónico Nabucodonosor, que havia destruído Jerusalém. Helel bem Shahar é a designação hebraica referindo-se, de forma alegórica, à "Queda da Estrela Dalva" .
Há outras passagens interessantes, como uma endereçada ao rei de Tiro. Por mais que ela tenha alvo definido (o rei), ela evoca talvez uma lenda anterior, unindo o destino do monarca ao de um Querubim expulso das hostes celestes. Tu eras Querubim da guarda ungido, te estabeleci, ficaste no monte santo de Deus, entre as pedras brilhantes caminhava. Tu eras perfeito em teus caminhos, desde o dia em que foste criado, até que se encontrou iniqüidade em ti. Multiplicando vosso comércio encheu seu âmago de violência, e pecaste; por causa disso te deitarei profanado fora da montanha de Deus, te farei perecer, ó Querubim da guarda, em meio ao brilho das pedras. Elevaste teu coração por causa da tua beleza, conspurcaste vossa sabedoria por causa de teu resplendor. (Ez 28:14-17)
Mas qual teria sido o motivo da Patrística ter escolhido Lúcifer, e não qualquer outro? Existem alguns pontos Mágickos e Ocultos que devem ser abordados. Especialmente a relação entre Vênus e Lúcifer, e conseqüentemente com o demoníaco. Há um fato peculiar, a criação dos demônios, (Qliphoth, conchas, força desequilibrada) , de acordo com o Judaísmo, deu-se na sexta-feira da criação (os sete dias em que, de acordo com a Torah, Deus criou o mundo), momentos antes do sagrado Shabat. Neste mesmo dia, foi criada a raça humana, e se deu a sua Queda . Ou seja, na mesma sexta-feira, Adão foi criado e cedeu a concupiscência. No calendário judaico, Adão pecou no primeiro dia de Tishrei (Rosh Hashaná, primeiro e segundo dia de Tishrei), e é justamente neste dia, todos os anos, que os homens são julgados por seus atos.
O mês de Tishrei corresponde à tribo de Dan, esta por sua vez ao signo de Libra, que é regido por Vênus. Sem falar que, tradicionalmente, a sexta-feira é o dia consagrado à Vênus (dia de Vênus, Hemera Aphrodites grego, Vendredi, francês e Venerdi em italiano).
Dando asas à imaginação, notaremos que o pecado original estava envolto em correlações venusianas. A maçã é dada ao homem por sua companheira, o resultado da Queda é a descoberta da sexualidade, a sedução da serpente, dentre outros.
Outro elemento de ligação entre Vênus e o demoníaco é a Queda dos Anjos. Eles caíram justamente por acharem belas as mulheres humanas e serem atraídos por elas. Os Anjos as possuíram e desta união nasceu uma raça de gigantes, fortes e poderosos, os Nephilins (ver Gênesis 6:1 a 4). A palavra deriva de Naphal, descer, sendo que podemos entender Nephilins como os que desceram ou caíram. Na Bíblia, são citados os Filhos de Deus (os Anjos), em hebraico Beni Elohim (possivelmente a melhor tradução fosse filhos dos deuses).
Os Beni Elohins são correspondentes a Sephira Hod (que tem como planeta Mercúrio, o tradicional mensageiro dos deuses) na Cabala, o complemento de Netzach, que é Vênus e os próprios Elohins.
Inferimos que os caídos são Arcanjos, que são a Hoste de Hod, e não só por isso, pois no Livro de Enoch** é mencionado que Miguel, Uriel, Rafael e Gabriel (Arcanjos) observaram do céu os efeitos dos caídos. O Livro de Enoch é um apócrifo e uma pseudoepigrafia, e narra, dentre outras coisas, a Queda dos Anjos chefiados por Semjâzâ (um proto-Lúcifer? ). Os Anjos Caídos ensinaram inúmeras artes a humanidade, Azazel como trabalhar os metais, e Semjâzâ, a Magia. Os outros ensinaram astrologia, astronomia e signos. Azazel continuou seu magistério ensinando aos humanos os segredos sagrados que estavam guardados no Paraíso.
O titã Cronos castra seu pai Urano e joga seus genitais no mar. Do sangue misturado a espuma do mar nasce Afrodite (Vênus). Logo em seguida ela foi saudada pelas criaturas do mar, nereidas, tritões. A deusa surge de dentro de uma concha. Teve como irmãs as infernais Erínias (Fúrias), criadas pelas gotas do sangue de Urano caídas na terra. As Erínias eram seres que até Zeus respeitava os desígnios. São representadas como mulheres aladas, porém serpentes.
Retomando a Igreja, notaremos que estes pontos expostos podem ter motivado a "escolha" de Lúcifer.
Que os cristãos sabiam das implicações de Vênus, é evidente pelo título conferido a Lúcifer, príncipe da luxúria espiritual. Cada Sephiroth da Árvore da Vida cabalística tem um "vício" e o de Netzach (Vênus), por sua vez, é a Luxúria. De acordo com o Concílio de Latrão, os poderes do demônio são iguais aos dos outros anjos, possivelmente devido a sua origem comum. Igualmente para a Igreja, diabos e demônios são a mesma coisa. O conceito de Mal se modificou com o passar do tempo. Notamos que no mundo antigo o que prevalecia era o monismo.
Deus ou os deuses eram responsáveis tanto pelo bem como pelo mal, sendo a fonte de tudo. O Universo era percebido como uno e não dividido entre um deus do bem e um deus do mal, ou entre Deus e o diabo. Podemos tomar por base o próprio Iavé do Antigo Testamento, que em suas próprias palavras dizia: "Eu sou o Senhor e não há outro, alem de mim não existe Deus"; "Eu sou o Senhor e não há outro, Eu formo a luz e crio as trevas, Eu faço o bem e crio o mal, Eu, o Senhor, faço todas estas coisas" (Isaías 45:5-7).Quando eu afiar a minha espada reluzente, e tomar em mãos o juízo, tomarei vingança contra meus inimigos e darei o merecido castigo aos que me odeiam. Encharcarei as minhas setas de sangue, e minha espada se fartará de carne, do sangue dos mortos e dos cativos, das cabeças dos chefes inimigos. (Dt 32: 41,42).
Suas crianças serão esmagadas em frente a eles, suas casas saqueadas, e suas mulheres estupradas. (Isaías 13:16)
Em um dia em que os filhos de Deus apresentaram- se diante do Senhor, Satanás veio com eles.
O Senhor perguntou a Satanás: "Por onde andastes?". Satanás respondeu: "De passear pela terra". O Senhor continuou: "Viste meu servo Jó? Não há na terra ninguém semelhante a ele, integro, correto e temente a Deus, e não trilha o caminho do Mal". Então Satanás falou: "Por que Jó teme a Deus? Por acaso não o protegeu de todas as formas, a ele, a sua casa e a tudo quanto tem? A obra de suas mãos abençoaste, e multiplicaram seus bens na Terra. Estende tua mão e toca-lhe em tudo que é dele, e verás que blasfemará contra Ti". Disse o Senhor a Satanás: "Tudo que é dele está em seu poder, mas contra ele não faça nada, e Satanás sai para cumprir a sua missão. (Jó 1: 6-12). Reforcei os aspectos "negativos" de Jeová demonstrando o lado sombrio do Deus de judeus, cristãos e muçulmano.
O monismo tem uma vantagem óbvia, não há o mal absoluto. Desta forma, tanto os princípios que compõem o Cosmos quanto os que compõem o indivíduo podem ser harmonizados e integrados, sem maiores prejuízos. Justamente o contrário do que aconteceu no seio do Cristianismo, por exemplo, com inquisições, "guerras santas" e outros. O mal é vivenciado no outro, e assim, pode ser erradicado (assim como outro pode ser morto). A primeira religião a quebrar a harmonia do monismo foi o Zoroastrismo, criado no Irã por volta de 600 a.C . Nele há início o dualismo; o Universo está fragmentado em duas partes, uma "boa" e outra "má", um deus da luz e um deus das sombras. Este pensamento influenciou os judeus e os gregos e, conseqüentemente, os cristãos.
No Cristianismo, o mal é atribuído e projetado ao Diabo, enquanto Deus só faz coisas boas.
Assim, o diabo ganha autonomia e poder perante Deus, remetendo-nos novamente a uma forma de pensar que lembra o dualismo iraniano.
Por mais que o diabo seja inferior a Deus, ele pode corromper a criação e torna-se o senhor do mundo. Partindo do pressuposto de que a matéria é essencialmente má, assim como as "necessidades da carne", o campo de batalha é a alma humana, afinal de contas, a corrupção principia mesmo no Antigo Testamento, com o ato de insubordinação de comer da Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal, o que poderia, de acordo com as palavras da serpente confirmadas por Deus, transformá-los em deuses. (Genesis 3: 22) Então disse o Senhor Deus: "Eis que o homem se tornou igual a um de nos, conhecedor do bem e do mal; assim sendo, para evitar que tome da Árvore da Vida e coma o seu fruto e viva eternamente" . O Senhor Deus o lançou fora do Jardim do Éden...
Deus é onisciente, onipresente e onipotente, desta forma, o diabo age por que Deus permite. Se Deus fosse humano, poderia-se acusá-lo legalmente de cumplicidade em todos os "delitos" do maléfico. A desculpa descoberta pelos cristãos é a seguinte: Deus criou o diabo, mas ele, em origem, não era Mal, o diabo escolheu ser mal. Isso tecnicamente isentaria Deus do problema de ter criado o Mal ao criar o diabo. Só que esta história tem problemas óbvios, se Deus é onisciente, ele saberia o que estava por vir e mesmo assim não fez nada. Tratando o assunto de uma forma mais leve, é de se imaginar que um filho traga a genética do Pai, então, mesmo o diabo tendo se tornado " Mal" depois, este predicado já estaria em latência nele. Dionísio, um monge sírio do século VI, foi o primeiro a detalhar as hierarquias dos Anjos. São divididos em três tríades, sendo elas (em grau de grandeza) Serafins, Querubins e Tronos, a intermediária Dominações, Virtudes e Potestades e a última composta de Principados, Arcanjos e Anjos.
Desta forma, nos séculos subseqüentes, quando Lúcifer foi precipitado dos céus, ele, sendo o mais importante entre os Anjos, naturalmente foi associado aos Serafins (há referências a Lúcifer também como um Querubim). Miguel Psellos (século XI), de Constantinopla, criou uma "hierarquia demoníaca", de influência neoplatônica; a distribuição das hostes dos caídos se espelha no Paganismo (DAIMONS). Então, teremos os demônios sendo distribuídos pelos elementos (inclusive o Éter). Encontraremos ecos do mito de Lúcifer em Iblis, o diabo muçulmano. Iblis recusou a se curvar perante o homem e isto acarretou a sua Queda. Tudo leva a crer que Iblis fosse um Anjo, já que sua história está ligada à ordem dada por Allah para que os Anjos se curvassem perante Adão (ou se preferirmos a raça humana). Todavia, há citações do Alcorão que o nomenclaturam de Djinn, um ser aparentado aos Daimons gregos, ou seja, tanto bom como mau.
Os Djinn foram criados do fogo enquanto os Anjos, da luz. Curiosamente, as palavras fogo e luz são em etimologia aparentadas — Nur, luz e Nar, fogo. O problema do mal no Islã é até mais veemente que no Cristianismo devido ao seu monoteísmo total, desta forma, Allah é a fonte do mal. Há todo um debate semântico do porquê da existência do mal e por corolário do diabo, Iblis, não se chegando a um bom termo da questão.
Outra questão veemente é que no Islã somente Allah é passível de adoração, então, ao negar a curvar-se perante o homem, Iblis foi o único que agiu corretamente? Transformar deuses e deusas em demônios foi prática corrente do Cristianismo. Com um único golpe, eles reforçavam a sua fé e destruíam os ícones do Paganismo. Por outro lado, a própria Igreja contribuía para "gerar" as manifestações do demônio. Afinal de contas, os sete pecados capitais são os maiores criadores de diabolismo. Buda, séculos antes, compreendeu que se a corda estiver muito esticada arrebenta, se estiver frouxa não toca: o famoso caminho do meio.
Justamente as privações criavam sonhos luxuriosos e recheados de glutonaria, sem esquecer, é claro, o fenômeno da histeria.
A imagem do diabo clássico foi tomada de empréstimo de deuses como Pã e Cernnunos. E não só isso, o culto aos antigos deuses foi tido pela Igreja como, em verdade, um culto diabólico. Os deuses eram para a Igreja demônios a serviço do senhor das trevas.
A medida que ocorria a conversão dos povos ao Cristianismo, os atributos positivos dos deuses foram incorporados ao Deus cristão e os negativos, ao Diabo.
As capacidades xamânicas, como se converter em animais, viajar pelos mundos, foram atribuídas ao diabo e aos que pactuavam (ou malditos como ele) com ele, licantropos, bruxas e vampiros.
Curiosamente, o inexplicável, o misterioso, os grandes desastres naturais são do Malefício. O diabo toma as funções dos Titãs, Gigantes do gelo, deuses ctônicos e primordiais.
O diabo e o mal dinamizam o Cosmos. Na lenda da Queda, Eva e Adão viveriam eternamente em um estado de graça. Por mais que este estado fosse "perfeito", era imutável. A alma humana era como uma donzela em uma torre de cristal. Foi justamente o mal que rompeu este estado de coisas e impulsionou a humanidade à existência objetiva e, conseqüentemente, à evolução.
A teoria da relatividade levou Einstein a imaginar que o Universo estaria entrando em colapso ou expandindo-se. A expansão do Universo é um fato (ao menos as teorias atuais assim entendem) devido ao Big Bang, a explosão que deu origem ao Cosmos e "promoveu" a expansão. Logo após o Universo ter origem por um infinitamente minúsculo tempo, o Universo foi simétrico e, conseqüentemente, perfeito; em seguida houve uma ruptura e, em conseqüência, a assimetria. Caso esta quebra não ocorresse, as inimagináveis combinações que se seguiram não teriam ocorrido.
Para algumas vertentes do Catarismo, Jesus era irmão de Lúcifer. Vale lembrar que Jesus se autodenomina "a brilhante estrela da manha" (Apocalipse 22:16).
Esta passagem é encontrada mesmo na Vulgata, criando, no mínimo, estranheza. Se lembrarmos o significando da palavra Lúcifer e os seus atributos em muitos aspectos, eles se casam com os de Jesus.
Jesus é o verbo encarnado, ou seja, a manifestação do Logos e o Logos é a inteligência cósmica (Deus). Jesus é o portador desta Luz. Sua correspondência pela patrística no ser humano é a inteligência.
Creio não ser necessário traçar os paralelos entre o escrito acima e Lúcifer. Sem falar que Jesus é conhecido por trazer uma lei de amor (Vênus), trocando os 10 mandamentos por "Ame teu Deus sobre todas as coisas e teu próximo como a ti mesmo". A era cristã é correspondente à Era de Peixes, signo regido por Netuno que, na astrologia esotérica, é a oitava superior de Vênus.
Os cristãos primitivos acreditavam que o diabo queria ser Jesus, o elo entre o homem e Deus. Desta forma, tanto Jesus quanto o diabo foram empurrados para perto do conceito de demiurgo.
Demiurgo (Demiurgós em grego) é uma espécie de administrador da criação de Deus. Para Platão, era o artífice da criação, que, apesar de não ter criado o Cosmos, o ordena. Em verdade, mantendo e repetindo padrões.
Para os gnósticos, o termo ganha um caráter mais Maléfico, sendo o "demiurgo" o responsável pelo aprisionamento do homem (da alma na matéria). Esta visão gnóstica é importante tratando-se da mitologia cristã, que nasce e se desenvolve em um ambiente grandemente influenciado pelo pensamento gnóstico. A demonologia cristã herdou vários elementos dos gregos e judeus, estes, por sua vez, dos mesopotâmicos (em especial dos sumerianos via cananaeus). Então, nada melhor que nos voltarmos às origens.
Os acadianos, assírios e babilónicos tinham um sistema complexo de Magia, demonologia e angelologia.
Assurbanipal, o célebre rei Assírio, responsável pela biblioteca de Nínive, teve uma especial preocupação com textos de Magia. O rei instruiu seus escribas para que reproduzissem em inúmeras cópias um livro com a parte velada da religião mesopotâmica (Magia). Este tratado versa, dentre outras coisas, sobre uma grande diversidade de seres. Muitos deles serviriam de inspiração para os futuros Anjos, demônios, íncubos, súcubos, Lilith e outros das religiões atuais.
Este livro era uma cópia remanescente de Uruk, na Caldeia, onde houve um profundo estudo das Artes Mágickas.
O tomo era composto de três partes, sendo que uma delas é dedicada inteiramente aos espíritos malignos. Vale lembrar que estamos falando das "tabuinhas cuneiformes" , ou seja, de placas de barro em que eram escritos os textos.
Na visão de Ezequiel, é facil observamos elementos assírios. Ele vê os Cherub, dos quais vem o termo Querubim. A palavra é assíria, kirubu, do karâbu, significando estar perto, os seres que estavam mais perto do Divino.
Cherub tem origem da palavra egípcia Xefer. Na arte de ambos (mesopotâmicos e egípcios), há seres alados e com rostos humanos. Usualmente, o Cherub também era usado como montaria do deus, o que culminou na visão da Merkavah por Ezequiel. Sukallin é o mensageiro (Anjo) babilônico. Encontraremos ecos da divisão entre os "celestes" Igigi e os subterrâneos Annunaki. Os Sukallin, "os filhos dos deuses" (importante notar esta designação e nos lembrarmos dos Beni Elohns), são o modelo do qual saíram os anjos judeus, cristãos e muçulmanos.
Alguns "demônios" tiveram sua origem nas mesmas fontes. Asmodeus pode ser a derivação de um ser relatado no Avesta, Aeshmo Daeva. Belzebu, Ba'al Zebul, o senhor da montanha ou da morada elevada; Beel é a forma aramaica de Baal .
Outra curiosidade, no mínimo intrigante, é a semelhança entre Shell, concha em inglês, e Sheol, o inferno hebreu, ainda mais quando Sheol determina algo oco, interno. Sem falar, como já vimos, que demônio em hebraico é Qliphoth, que significa concha. Não falarei da empresa Shell e do fato dela vender combustíveis e derivados de petróleo. Que nada mais são do que restos daquilo que um dia foi vivo, retirados das profundezas da terra. A palavra Sheol era usada para determinar o local dos mortos. Muitas vezes, os fantasmas dos vivos são chamados Qliphoth também, uma referência a um cadáver astral.
Das figuras que nos remetem a Lúcifer, Prometeu é uma das mais instigantes. Ele era um titã, um ser tão poderoso quantos os deuses ou até mais. Os Titãs eram gigantes que regeram a Terra antes dos deuses. Prometeu (percepção avançada) foi o criador da raça humana, feita a partir do barro. Só que os humanos pouco se diferenciavam dos animais. Então, Prometeu profetizou um futuro melhor para a sua criatura. Mas para tal seria necessário que o homem tivesse algo mais, e este algo mais era o intelecto, o dom da inteligência, a lucidez, o fogo dos deuses.
Por analogia, podemos imaginar que o fogo, essência divina, Agni conferiria a capacidade aos humanos de se tornarem deuses. Prometeu foi até o Olimpo e, do carro de Apolo (o deus sol), ele "roubou" o fogo para humanidade. Como castigo, ele foi condenado por Zeus ao Cáucaso.
O termo Zeus é de origem indo-européia, da antiga palavra para céu, Deiuos. Encontraremos originados nela o Deva sânscrito, Deus latim, sendo associado à claridade e à luz.
Lúcifer é um arquétipo que suscita infinitas especulações, essas norteadas pelos sentimentos mais díspares. Não é à toa que tanto se falou sobre este "Anjo caído", e muito há a ser dito.
domingo, 26 de agosto de 2007
Lararium 5
Não é especificamente um lararium, foi montado por todos nos, e cada um deu alguma coisa.
Fogo , a vela- sempre acesa
água , é água mesmo rsss
ar , o incenso- a bruxa é um incensário e ganhei de presente do meu marido
terra - pelos duendes, que para mim tb representa o casal
O caldeirão , é herança da família e só cozinho nele em dias especiais.
Pedrinhas, pingente de pentagrama , conchinhas, presente dos meus filhotes.
E a fadinha que acabei de ganhar.
Atrás do altar tem um painel que coloco fotos, depende da época e da comemoração.Este altar, é um espaço sagrado para todos os membros da minha família pois é a nossa conexão com os Deuses. Tb significa a importância dos elementos na nossa vida.
Ele me transmite muita paz, aconchego e acalento, e espero que para todos que vierem a minha casa. "
Lararium 4
terça-feira, 21 de agosto de 2007
Lararium 3
Olha como são as coisas, tudo é adaptação... Aqui em casa meu oratório é um carrinho de chá, ou de bebidas como alguns dizem. Sempre fiz um altar, mas ele não tinha local fixo e nem aparatos, as vezes ficava na mesa de canto, as vezes na mesa da cozinha, na mesa do lado da cama e isso me incomodava, afinal meu altar era importante, e precisava de um local fixo pra mim, parecia falta de educação da minha parte mudar ele o tempo todo pq ele não tinha um canto dele.Aí um dia uma grande amiga minha me deu o carrinho de chá, era dela, antigo e com a mudança da casa dela, não tinha espaço para ficar, ela perguntou se eu queria eu disse sim, sem ao menos conhecer o carrinho.Quando bati o olho nele pensei: olha o meu oratório perfeito!!!Ele ficava dentro de casa, na subida da escada, mas mesmo assim pra mim ali não era o melhor local. E tomei uma decisão radical, coloquei ele do lado de fora da casa, na área externa, mais próximo da Natureza e está lá até hoje, cheio de simbolismos e para minha surpresa posterior, num canto tão estratégico que o vento não atrapalha e os incensos e as velas funcionam sem problemas.
Demorou um tempo para conseguir montar o altar do jeito que eu sempre quis, mas agora a coisa saiu dos pensamentos para o mundo real e estou muito feliz com isso!
Meu altar agora possui as deusinhas de pano da Sarah, 2 móbiles pendurados simbolizando as 3 faces da vida natural, com as deusas verdes e as 3 formas de energias fortes para mim, minha Hécate roxa, energia em movimento em azul e a Lua com Estrela com o verde.
Em cima do altar, tenho os elementos:
Representado por um aquário redondo, é a Água, dentro dele tem uma grande concha, um búzio e umas pedrinhas coloridas, a água não é da pia, é água da chuva.
Para o ArTenho meu incensário em forma de Lua, um sino antigo de minha casa (que tem um som agudo lindoooo) e uma micro corujinha insensário, que utilizo como símbolo para ajudar na minha profissão de educadora, no lugar do buraquinho do incenso coloco 3 penas de meu antigo passarinho.
Na parte destinada a Terra, ela fica próxima de uma grande árvore da felicidade, tenho um tronco com um pentagrama pintado por minha amiga Daniela, onde nele estão simbolismos sobre o ciclo da vida representado pela borboleta e suas fases, tem cristáis em formato de pedras brutas, árvores e bola de cristal.
No fogo tenho um cilindro de vidro onde acendo minhas velas todo sábado no altar, 2 velas vermelhas em formato de flor.
No meio do altar ao fundo tenho um vasinho de flores bem charmoso para colocar as flores, na frente dele um castiçal baixo, com formato de coluna grega, onde acendo as velas para minha Deusa e apoiada nesse castiçal fica a minha Boneca de Bruxinha, pessoa que converso sempre, e que ela faz questão de demonstrar que está atenta pelas feições que ela coloca no rosto.
Passo na frente do meu altar todos os dias, olho para ele e sorrio, pela felicidade de o ter montado e poder agora usá-lo dignamente.
E para aqueles que ainda não o tem, dou a dica para que o criem, para que escolham um local especial para ele, ter esse local, essa conexão física com as deidades é muito bom, faz um baita bem para nossos espíritos e nossa mente, pelo menos comigo é assim!
Beijocas Enluaradas Kytanna"
domingo, 19 de agosto de 2007
Lararium 2
Onde está o cálice com água, eu sempre deixo uma chama... a Chama Ancestral, Héstia, o Espírito da Casa, do Sangue.
Quando Heféstos apagou a forja para que fosse renovada, Héstia tb limpou seu fogo e assim, as forças da casa se fazem brancas e muito mais poderosas.
Então, ao invès de deixar o fogo e oferecer incenso aos meus Ancestrais na Lua Cheia, trabalhei com o espírito aquoso da família - nosso sangue, nossas lágrimas, nosso suor... nossas emoções de Lua.
Foi, de fato, um rito diferenciado e que nos levou a sentimentos outros... outra experiência.
Hoje, com o fogo renovado, a vela dos ancestrais está posta. E junto com elas conchas de praia, pedras, presentes, oferendas...
Com esse altar eu quero a minha família protegida e aninhada em si mesma... Somos o mesmo calor . Ele corre dentro de nossas veias e dos planos astral e divino.
O mais legal é que tb ganhei um trigo de Deméter para o lararium... Linda Deméter que faz a vida brotar. Linda Héstia que faz o coração ferver.
sexta-feira, 17 de agosto de 2007
Lararium I
O altar propriamente dito é um oratório de gesso, que pintei de dourado e prata. Com o tempo, a tinta dourada ficou coberta de zinabre, o que deu essa aparência verde para ele. Eu tinha comprado o oratório pensando em dar de presente para minha mãe (eu pintei um e coloquei uma Nossa Senhora dentro para ela, queria fazer um par), mas este era maior do que o primeiro. Além disso, embora visto de frente ele seja bem barroco, as laterais dele são colunas e parte de frisos greco romanos...
Em cima dele, tem um anjo que ganhei da minha prima. Eu tinha 15 anos e ela 10. Escolhi ele entre todos os anjinhos que ganhei na adolescência (como a família sabia que eu gostava de coisas "místicas", todo mundo me dava anjos de presente...) porque ele é uma versão chinesa de uma escultura romana. Eu ia colocar a comparação dos dois aqui, mas não encontro
o original romano aqui no micro. Ele segura um vaso, quase uma jarra, em uma mão e um ramo na outra. Lembra bastante a imagem dos lares.
Ela começou a ficar em cima do altar porque ele é bem pequeno em termos de espaço. Então, colocando a imagem no alto, tenho mais espaço para as oferendas.
Ele fica praticamente em cima do balcão que divide minha cozinha e minha sala. Posso dizer que ele fica no coração da casa. Antes, no tempo em que dividia a casa com meus pais, ele ficava no quarto. Quando o André nasceu, três dias depois, passamos um tremendo susto e fomos morar na casa da minha sogra por cinco meses. Eu lembro de passar pela porta dela de madrugada, carregando o altar em um braço e o bebê no outro. Desde que ele foi montado pela primeira vez, é alentador poder olhar para ele. Me transmite segurança e paz, e o sentimento de nunca estar sozinha.
Em cima dele, tem o cristal lapidado como uma estrela que meu avô me deu, um búzio quase grande, uma lasca de pedra branca, sementes, um medalhão com a imagem de um cão/lobo, um lobinho toscamente entalhado em gesso, uma chave que encontrei em uma encruzilhada de três caminhos, minha Vênus de Willendorf, que eu carregava no pescoço, mas que a argola desgastou e partiu, e minhas oferendas: paus de canela, rosas do jardim, flores da pitangueira, e uma caixinha de porcelana cheia de sal marinho. Outra caixinha de porcelana serve para acender as velas. Sempre acendo três, porque aqui em casa somos três.
Ainda não tem tudo que quero que tenha, principalmente por ser bem pequeno. Mas espero logo conseguir uma prateleira para por junto com ele, que vai me permitir deixa-lo mais completo.
Nele, o fogo queima e me lembra do fogo da família, das chamas que aqueceram meus ancestrais e hoje me aquecem. Nele, deixo as vezes fotos de meus antepassados, ou objetos que pertenceram a eles. Nele deixo minhas orações e um pouco do que existe de melhor em mim, minha fé e meu amor.
domingo, 12 de agosto de 2007
Coisas que me irritam...
- "Sociedade patriarcal" - e suas variantes
A vida política na Grécia e em Roma eram centradas nos homens. Eles eram pagãos.
Não é um conceito cristão, nem foi algo imposto pelo Cristianismo.
- "A religião mais antiga do mundo"
O culto à uma divindade da fertilidade pode ser o culto mais antigo do mundo. Não a Wicca ou qualquer outra vertente do Neo-paganismo.
- Inquisição
Não morremos queimadas em outras vidas. Nossas ancestrais também não.
Está provado, em diversos países, que as maiores vítimas da Inquisição foram os judeus e ciganos.
Dica: "A Inquisição", de Anita Nowinsky - coleção "Primeiros Passos", da Editora Brasiliense.
- "O Cristianismo matou as práticas pagãs"
Na minha opinião, ele as reformulou à sua maneira.
- "Deusa Negra"
Sem comentários...
- "Strega cultua Diana e Lúcifer"
Não necessariamente...
- "Bruxas cultuam uma Deusa e um Deus".
Idem. Podem cultuar um casal divino, mas não uma Grande Deusa e um Grande Deus. Os que eu conheço, nomeiam suas divindades e seguem um panteão específico.
Por hora, é o que eu consigo lembrar... mas nada impede que haja uma continuação deste tópico.
terça-feira, 7 de agosto de 2007
Segredos das Streghe
Estar na casa dos outros requer uma certa etiqueta e cerimônia - sim, eu tenho Capricórnio de casa 10! Você não põe o pé no sofá, não vai ao banheiro de porta aberta e procura observar, ao máximo, como as coisas naquela família funcionam.
E quando somos convidados a uma ritualística, a etiqueta tem de ser mágicka.
Como eu venho escrevendo, as streghe têm sim uma coisa de casa fechada, porque ninguém quer sair na revista Caras. Ou sejam, prezam pelos seus caminhos, pelo sussego do lar. É a privacidade, a liberdade de poder calar.
Assim é com a casa alheia. É feio quando saímos da casa de alguém colocando no jornal ou na web o que acontece de mais íntimo por lá. Não fazemos com a nossa, imagina com a dos outros.
A questão toda é que aqui no blog gostamos de compartilhar nossas idéias e experiências, o que sentimos... Mas partilhamos exatamente tudo? Não... Porque algumas coisas podem soar "esquisofrênicas". É como nas antigas ordens, como a Maçonaria ou a Rosacruz... Discrição.
Penso que partilhar seja importante para, inclusive, encontrarmos os nossos pares. Porém confiança é um sentimento construído.
Quando somos convidados em honra, nos portamos com honra. Se uma pessoa confia em nós o suficiente para nos mostrar o que faz, nós somos honradas o suficiente para conversar e comentar a medida que não compromete essa confiança. É, eu sinto, um dos objetivos desse blog.
Pode ser que isso dificulte o acesso à informação, mas também agrega valor a ela, pois quando estamos no ponto, ela simplesmente vem, como uma doce brisa de verão.
domingo, 5 de agosto de 2007
Mentiras e ancestrais
quinta-feira, 26 de julho de 2007
Éntheos
O amante quando tomava o amado para si tornava-se vaso do êxtase de Afrodite e assim, tornava-se éntheos. Isso significa estar cheio de deus.
Eu sinto que esse é aquele momento no qual parece que a nossa pele vai rasgar, que a existência dos Deuses se faz totalmente a mostra nas nossas vidas... Seja da presença emocionante de nossos Ancestrais conosco. Seja pelo jorro de Hades, o grito de Ares, o êxtase de Dionísio ou o "as coisas" de Afrodite... É quando estamos junto com Eles... quando a nossa faísca divina torna-se uma chama.
É uma chuva de pérolas mandada por Afrodite para Ela mesma.
Talvez esse seja o resumo d'A Sacerdotisa: estar éntheos.
quarta-feira, 25 de julho de 2007
Silêncio e Lua Cheia
Espero a mudança das luas com uma certa ansiedade. Principalmente em tempos de ansiedade permanente, como os da semana passada: pouco sono, muito pensamento, preocupação em demasia - sabe como é, coisa de virginiana prestes a embarcar no Inferno Astral e influenciada pelo arcano IX.
Mas aí a Lua Nova passou, a Crescente foi inflando com a luz refletida do Sol e eu fui melhorando. Com a ajuda dos calmantes (fitoterápicos), essa Deusa de muitos rostos parou de me mandar insônia e entrou em acordo com Morpheus.
Falando assim, parece loucura. Ou como dizemos: "se a gente começar a falar tudo o que acontece, iam dizer que somos esquizofrênicas"...
Essa frase faz com que eu pense na música do Depeche Mode, "Enjoy the Silence", que diz que sentimentos são intensos, mas palavras são triviais. (feelings are intense/words are trivial).
Ultimamente - nada... sempre foi assim! -, eu não falo com a Lua. Eu penso Nela. "Words are very unecessary" (DM de novo...) quando estabelecemos esse tipo de conexão. É como quando temos um relacionamento muito próximo de alguém: você não precisa falar, não precisa ficar constrangido com o silêncio. Ela vai enteder, vai saber, vai ouvir esse silêncio e saber o que ele significa.
Espero dia 29, Lua Cheia em Aquário, para silencar de novo diante Dela e deixar que venha mais uma carta...
segunda-feira, 23 de julho de 2007
Magia Simpática e analogias
Uma das teorias mais aceitas sobre as obras rupestres paleolíticas liga essas pinturas primeiras ao início dos conceitos de magia e religião. Ao invés de serem feitas em locais de fácil acesso e visibilidade, são pinturas que ficam quase sempre escondidas. Acho que o melhor exemplo é a gruta de Lascaux. Lá, temos um corredor estreito, que leva para uma câmara onde touros e bisões correm em torno de nós. A intensidade das pinturas e seu naturalismo são impactantes. Mas porque uma obra de arte tão maravilhosa ficaria em um lugar tão escondido?
As pinturas atuariam como uma forma de “magia simpática”
Na mesma linha de pensamento, temos a maravilhosa arte dos aborígenes australianos: para eles, o Tempo do Sonho, o tempo em que o mundo foi criado, continua acontecendo, e suas pinturas e esculturas participam na criação do mundo: se pararem de ser feitas, o mundo entrará em colapso.
A magia tradicional tem uma forte referência de magia simpática. Também entra aqui o uso de efígies, imagens para proteger ou causa o mal a uma pessoa: bonecos de barro, tecido, palha ou cabelos, que servem como elemento simpático da pessoa que é representada.
As “simpatias” populares são feitiços simpáticos, Trabalham com analogias, sempre: simpatias de amor usam rosas, mel, nomes escritos, coisas que popularmente são análogas a amor e relacionamentos. Para afastar alguém, rasgam uma foto onde se está junto da pessoa, uma perfeita analogia ou metáfora de afastamento.
Tanto o elemento análogo pode ser um objeto, como uma atitude ou situação. O que importa é que se trace na mente de quem faz o feitiço uma analogia, uma referência clara. A riqueza de elementos nem sempre é necessária, porque uma aliança passada em um fio de cabelo pode representar perfeitamente bem um casamento.
Assim, quando conhecemos esse princípio das analogias, conseguimos enxergar muitos elementos da sabedoria popular com clareza: a tesoura que corta os pesadelos, a vassoura atrás da porta para varrer os indesejados (e posta de ponta cabeça, o que geraria incômodo, como elemento análogo também da pessoa que se quer mandar embora), o espelho que reflete longe as más influências.
sexta-feira, 20 de julho de 2007
Vassoura
terça-feira, 17 de julho de 2007
As faces de meuis Pais Divinos
domingo, 15 de julho de 2007
Tribos de Gaia - nova colunista
Mas, agora eu preciso dizer que estou ainda mais feliz... porque eu tenho a minha primeira "filha" nesse projeto.
Sim, a nossa amada Inês Raven é nossa colunista - e embaixo da foto dela está "convidada por Pietra"...
Mais que uma honra, é um imenso prazer poder compartilhar daquele espaço com gente que, além de saber o que está dizendo, tem o mesmo amor pelos Deuses e pelos Ancestrais que nós...
Inês, seja mt bem vida... Sucesso e Luz, sempre!
Para conferir o texto da Inês, Quem é Aradia, clique aqui!
terça-feira, 3 de julho de 2007
Laverna 2
Laverna é a deusa romana dos ladrões, a que ouve as orações dos que roubam. A Porta Lavernalis (Portão de Laverna) na colina Aventina ganhou seu nome por conta da deusa, e ela tinha um altar naquelas imediações. Ela também tinha uma gruta sagrada na Via Saleria, uma famosa estrada romana que cruzava a "panturillha" da bota da Itália, começando em Roma, seguindo o rio Tiber, cruzando os montes Apeninos até o mar Adriático.
Orginalmente, Laverna era uma deusa do Mundo Inferior para os etruscos, ela se tornou a deusa dos ladrões porque os ladrões operam na escuridão. Seu nome pode derivar tanto de latere (observar para tirar vantagem) ou levare (aliviar - o peso das carteiras e do ouro) e levator (ladrão).
Furina, uma deusa posteriormente associada a Laverna, era originalmente uma antiga deusa etrusca dos ladrões, que reinava sobre a Terra e o escuro. Ela tinha um festival anual chamado Furinalia, sua sacerdotisa, e uma gruta ou templo em Janicullum, um vale do rio Tiber, na margem contrária a Via Saleria. Algumas vezes é confundida com as Fúrias (nome romano das gregas Erínias) pela similaridade dos nomes. Da mesma raíz de Furina, que significa ladrão, vem a palavra "furtivo".
Frase de Laverna: SHHH! Você não está me vendo!"
Fonte: http://www.thaliatook.com/AMGG/laverna.html
Laverna 1
Uma das histórias contidas dentro de Aradia, the gospel of the witches é a de Laverna (capítulo XV). Deusa dos ladrões e dos trapaceiros, ela foi mais tarde entendida como uma das figuras que se fundem à Diana. Porém seus mitos antigos são mencionados por Horácio, Plautos e Virgílio. Este último, o poeta magista fala da figura que podia ter corpo ou cabeça, ou ambos ou nenhum. Quem sabe não é dai que nasceram as histórias sem pé nem cabeça? Rs**
Laverna é uma figura interessante e eu a escolhi como uma energia a ser conhecida e trabalhada no ano que vem vindo. Ela era conhecida como uma deidade terrena, isto é, comprometida com seus acólitos e com eles ao seu redor.
O mito segundo segue conta que Laverna tomou de um grande sacerdote e um lorde terras, gado e toda sorte de riquezas. Sempre jurava sob uma parte sua, como a cabeça e seu corpo, que pagaria. Porém deixou-os a míngua. Pois então, eles a levaram a uma corte divina. Quando questionada pelos deuses, Laverna disse em sua defesa (fazendo seu corpo desaparecer): "Como posso pagar tal promessa, se nem corpo possuo?". E fez o mesmo com sua cabeça. Os deuses estouraram em risadas, se divertindo muito com o espírito imprevisível e humorístico da deusa - sem mencionar lógico. No entanto, fizeram com que se apresentasse completamente e com que pagasse suas dividas. E assim foi feito.
Além disso, outras histórias falam de ameaças feitas a Laverna para que desejos e bênçãos fossem concedidos. Também são mencionadas as ofertas de ervas e cartas de baralho feitas para a proteção de crianças desaparecidas e doentes.
Bom, agora alguns se perguntam por que eu escolhi Laverna como inspiração para 2002. Simples: Laverna é uma figura de ética muito própria, a qual se estendia a seus 'fieis' que a adoravam em silêncio numa gruta, aos arredores de Roma. Ela ganhava o respeito daqueles que a acolhiam e embora fosse satírica, mantinha sua palavra: de acordo com seus padrões. Eu penso que a idéias de Laverna, seu culto e sua história nos mostram uma forma particular de lidar com a vida e, principalmente, com os que nos desafiam. Claro que como neopagãos e cidadãos temos de manter palavra e ética - e esta está muito ligada ao nosso íntimo. Ora, deixemos que nossos opositores ouçam o que desejam e seremos capazes de mostrar que as coisas não exatamente o que parecem ou soam: aos ouvidos deles!
Laverna é um símbolo de malícia. Ou melhor: de jogo de cintura - de saber jogar. Não proponho desonestidade, mesmo porque quando foi cobrada pelos deuses Laverna pagou suas dívidas. Responsabilidade é mister para todos. Mas a forma de expor a sua ética, a sua verdade: com seu toque pessoal. Sinceramente, eu acho ótimo chegar para as pessoas com o que elas não esperam!
Que 2002 seja o ano da autenticidade!
Benedizioni di Pax
Pietra
(dichiaroluna@yahoo.com)
segunda-feira, 2 de julho de 2007
Sendo sacerdotisa no dia-a-dia
Esta lunação fui presenteada com a Sacerdotisa... ela veio pelo arcano 2 do tarot.
Estou encantada com essa carta e estou pensando em como lidar com essa energia de silêncio, sabedoria e inspiração no nosso cotidiano... Ser e estar com as Musas, com as companheiras de Apollo vendo o mundo com mais luz, música, dança...
Quero me inspirar!
Por enquanto, eu me peguei pesquisando, estudando, numa "caverna" escura do meu quarto, sob meu altar aos ancestrais... E de tudo, o melhor sempre: de poder venerar meus deuses, meu Deus Apollo todas as manhãs, gritando: BOM DIA, MEU PAI!
Ao longo da lunação vou pensar melhor sobre tudo isso, claro... mas agora eu posso dizer: os deuses têm me saído pelos poros!
sexta-feira, 22 de junho de 2007
Dio, Mano Cornuto e Heavy Metal
quinta-feira, 21 de junho de 2007
Inverno
Portanto, trata-se de um momento de chazinhos, tanto para inalações como para manter nossos corpos mais confortáveis.
Aqui na minha casa, o chá de buchinha com eucalípto sempre foi um santo remédio para os narizes constipados. Já o erva cidreira, um consolo para um estômago gelado.
Por alguns meses, vamos ficar aqui, pedindo por chuva, pois é São Paulo. Por alguns meses tb, corremos o risco de passar por todas as estações do ano em um dia só - se bem que eu acho que isso vale para todas as estações, hehe
Assim, penso que nosso país tenha uma riqueza que poucos outros tenham, pois herdamos uma tradição que não exatamente "bate" com o nosso clima - aqui, inverno não tem neve e não é em dezembro - porém, fazemos nossas mudanças e adaptações e temos festas singulares, nas quais reconhecemos nossos ancestrais e vemos as nossas necessidas, pois Festa Junina também pode ser uma comemoração de colheitas e de guardar para o Inverno.
Um excelente solstício para todos!!